quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Crianças Selvagens Re-load!


Crianças Selvagens.

O insondável rastro de luz da lua cheia – meados de maio, meia-noite em alguma Cidade Paulista que começas com “S”, tão bidimensional que mal se pode dizer que possui uma geografia – o luar é tão urgente e tangível que é preciso fechar as cortinas para se poder pensar em palavras.
Nem pense em escrever para as Crianças Selvagens. Elas pensam em imagens – para elas a prosa é um código ainda não inteiramente digerido e sedimentado, assim como, para nós, ela nunca será totalmente confiável.
Você pode escrever sobre elas, para que outros, que tenham perdido o cordão de prata, possam nos compreender. Ou escrever para elas, fazendo das HISTÓRIA e do EMBLEMA um processo de sedução de suas próprias memórias paleolíticas, uma bárbara tentação para a liberdade (o caos na compreensão do próprio CHAOS).
Para essa espécie do outro mundo, ou “terceiro sexo”, les enfants sauvages, ilusão e Imaginação ainda são indissociáveis. JOGO licencioso: de uma só vez e ao mesmo tempo a fonte de nossa Arte e de todo o mais precioso Eros da raça.
Abraçar a desordem como fonte de estilo e como armazém de volúpia, um fundamento de nossa civilização alienígena e oculta, nossa estética conspiratória, nossa espionagem lunática – essa é a ação (reconheçamos) de um certo tipo de artista ou de uma criança de 10 ou 13 anos.

As crianças, denunciadas por seus próprios sentidos purificados, pela brilhante feitiçaria de uma prazer belo, espelham algo de fatal e obsceno na própria natureza da realidade: anarquistas ontológicos naturais, anjos do caos – seus gestos e cheiros emanam para seu entorno uma selva de presença, uma floresta de presságios repleta de cobras, armas ninja, tartarugas, xamanismo futurístico, confusão incrível, urina, fantasmas, luz do sol, ejaculações, ninhos e ovos de pássaros – agressão cheia de alegria contra os crescentes gemidos daquelas Regiões Inferiores incapazes de englobar tanto epifanias destruidoras quanto a criação , como farsa frágil, mas afiadas o bastante para contar o luar.
No entanto, os habitantes dessas insignificantes províncias inferiores acreditam que realmente controlam os destinos das Crianças Selvagens – e aqui embaixo, tais crenças viciadas moldam, de fato, a maior parte da substância da casualidade.
Os únicos que realmente desejam compartilhar o destino travesso dos fugitivos selvagens ou crianças guerrilheiras (em vez de tentar controlá-lo), os únicos, artistas, anarquistas, pervertidos, heréticos, um bando à parte (distantes um do outro e do mundo), ou capazes de se encontrar apenas como as crianças selvagens se encontram, trocando olhares secretos à mesa de jantar enquanto os adultos tagarelam por detrás de suas máscaras.
Jovens demais para helicópteros de guerra – fracassados na escola, dançarinos de break, poetas púberes de vilarejos à beira da estrada – um milhão de centelhas caindo em cascata dos ro jões de Rimbaud e Mogli – frágeis terroristas cujas bombas espalhafatosas são amor polimorfo e preciosos fragmentos compactados de cultura popular – franco-atiradores punks sonhando em furar as orelhas, ciclistas animistas deslizando no crepúsculo cor de estanho pelas ruas com flores acidentais nos bairros mais miseráveis – mergulhadores ciganos nus fora de temporada, ladrões sorridentes, de olhar enviesado, de totens poderosos, troco pequeno e navalhas de pantera – estão em todos os lugares, nós os vemos – publicamos esta oferta para trocar a corrupção do nosso próprio lux et gaudium por sua perfeita e gentil imundície.
Compreenda: nossa realização , nossa libertação depende da deles – não porque imitamos a Família, estes “avaros do amor” que mantêm reféns para um futuro banal, ou Estado, que nos ensina a afundar num horizonte de eventos de enfadonha “utilidade” – não – mas porque nós e eles, os selvagens, somos o espelho um do outro, unidos e limitados por aquele cordão de prata que define as fronteiras entre a sensualidade, a transgressão e a revelação .

Nós temos os mesmos inimigos e nossos meios para o escapa triunfal também são os mesmos: um jogo delirante e obsessivo, energizado pelo brilho espectral dos Lobos & suas Crias.

sábado, 24 de outubro de 2009

Elena



Rasterjany lica. Rasstajali v proshlom.
As pessoas perdidas têm um caminho no passado
Obratno granicy projti nevozmozhno.
Os limite para passá-las são impossíveis
I vysohli slezy, a znaesh' kak bylo...
Igualmente as cicatrizes secaram e sabemos, como era
Pogasli vse zvezdy i solnce ostylo.
As estrelas e o sol resfriaram abaixo
Ja znaju, ty znaesh'. Ja znaju, ty slyshish'.
Eu sei, você sabe que eu sei, você me ouve
Real'nost' zhestoka. My zhivy. My dyshim.
A realidade é severa - nós estamos vivos.Nós respiramos
No serdce ostalos' razorvannym vkloch'ja.
Mas pedaços do coração, soltos em partes
I pamjat' v probelah i mnogotoch'jah...
E memórias nos espaços em branco
Navsegda! Navsegda! Navsegda! Navsegda!
Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre.

Vse to chto bylo, vse ne zrja.

I vremja ne vremja toropit'
Todo o que era - tudo sabiamente
Chto budet dal'she. Ty i ja
E tempo do tempo não apressa.
Ne znaem. I znaem. Mozhet byt'.
Isso será mais importante para você.
Ljubit' kak ty ljubish',
Não sabemos se podemos saber.
Pytat'sja uspet'
Para amar, como você tentar ser o tempo.
V mire, gde stol'ko boli s smerti
No mundo onde é tudo dor e morte.
Soboju sozdat', napisat' i spet'
Próprio para criar, escrever e cantar
Vse, chto ty mozhesh' ostavit' na svete.
Tudo que você pode deixar para a luz
Navsegda! Navsegda! Navsegda! Navsegda!
Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre.

Ja znaju kak s nami igraet soznan'e.
Eu sei, como nós jogamos
Kak stynut zhelan'ja i dosvidan'ja.
Como uma despedida.
Ja slyshu kak stonut, ja slyshu kak plachut
Eu me ouço, como o gemido, como grito
Ljubov'ju zatronutye neudachno.
O amor falou em vão.
I rvutsja naveki kak tonkie struny
São cicatrizes iguais e para sempre como finas cordas.
Vernut' ih tak trudno a ih - milliony.
Para retornar é difícil - e seus milhões.
Ja verju - vse ljudi kogda-nibud' budut Sogrety drug drugom...
Eu confio,algum dia todos os povos serão amigos.
Vljublennyj vljublennym...
Enamorando-se, Enamorando-se.

Navsegda! Navsegda! Navsegda! Navsegda!
Navsegda! Navsegda! Navsegda! Navsegda!
Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre.
Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre, Para Sempre.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009



"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez." - Friedrich Nietzsche

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A noite está apenas começando





Eu tive um sonho com um anjo na praia
E ondas perfeitas começaram a vir
Seu cabelo estava flutuando num arco-íris dourado
E seu toque tinha um poder paralisante

Eu tive um sonho com um anjo na floresta
Encantado no meio de um lago
De seu corpo saiam raios de luz
E a terra começou a tremer

Mas eu nao vejo nenhum anjo na cidade
Eu nao vejo nenhum coro santo cantando
E seu eu ainda nao posso ter um anjo
Eu ainda posso ter uma mulher
E uma mulher é a coisa mais proxima
A coisa mais próxima de um anjo
Um rapaz é a coisa mais próxima

Eu tive um sonho com uma mulher num castelo
E ela dançava como um gato na escada
Ela tinha o fogo de uma príncesa em seus olhos
E soavam tambores em seus ouvidos

Eu tive um sonho com uma mulher numa estrela
Olhando para o mundo real
Ela está sozinha e sonhando com alguém como eu
Eu não sou um anjo, mas ao menos sou um homem

Eu tive um sonho que quando a escuridão acabar
Nós estaremos juntos em raios de sol
Mas isto é apenas um sonho e esta noite é a realidade
Nunca saberá o que significa,
Mas você saberá o que sinto
Quando estiver por acabar
Antes que você saiba que começou
Tudo é possível esta noite
Pare de chorar
Antes que você saiba, acabou
A noite está apenas começando

Deixe as rebeliões começarem
Deixe os fogos começarem
Estaremos dançando pelos desesperados e corações-partidos

Disse uma prece na escuridão para que a magia comece
Não importa o que pareça
A noite está apenas começando
Antes que você perceba acabou,


E tudo é possivel esta noite
Pare de chorar
Antes que você perceba, acabou
A noite está apenas começando

Deixe as rebeliões começarem
Deixe os fogos começarem
Estaremos dançando pelos desesperados e corações-partidos

domingo, 11 de outubro de 2009

Ubers Jahr



Spuren im Schnee fuhren an dir voruber
Frostklare Winde im Mondenschein
Endlose Stunden voll glasernem Schweigen
Wachst du beharrlich in tiefer Nacht

Bricht dann die Stille
Zerflie?t ein verschlafenes, karges Verlangen
Leise verweht sich der Nebel
Endlich voller Licht die Welt
Tiefgrune Wiesen, schattenkuhle Walder
Bluhen in der Gunst des Sonnenspiels
Reifende Ahren in wiegendem Tanze
Flustern ihre Weisen dem Winde zu

Bricht dann die Stille
Neuerlich hernieder, mit diesigem Hauche...
Leise erhebt sich der Nebel
Schlie?lich tritt die Nacht in die Welt

Wieder sind da Spuren
Im Schnee bei den Baumen
Der Mond steht alleine
In kalter Nacht

Es ist eine Stille
Ganz tiefe Ruhe
Allmachtiges Schlafen
Leise verliert sich das Leben
Wartet auf den neuen Tag

domingo, 27 de setembro de 2009

DESMATERIALIZAÇÃO EMBRIAGADA DE DIONÍZIO COMO FORMA APOLÍNEA DE REALIDADE.

Século XXI, era tecnológica, todos os domínios do intelecto humano voltados à imprevisibilidade da nova era. O tempo não mais reflete a linearidade – antiga referência dos processos de transformação – agora está a serviço dos fluxos de informações, das redes e das conexões.

A sociedade conhece novas relações, se depara com o movimento e as intermináveis misturas onde todas as coisas se complementam e se embelezam. O tão esperado encontro de Apolo com Dionízío, profetizado há cem anos através dos delírios inspiradores de Nietzsche. A forma apolínea da sociedade tecnológica e cibernética se dá através das manifestações dionizíacas das desmaterializações, do caos, da desvalorização do orgânico, dos fluxos de informações em rede como ordem das relações. A música ganha outras referências, volta ao arcaico na medida em que a cada batida sampleada pela máquina, um som tribal de percussão nos leva a outras possibilidades de realidades.

As regras sociais a partir de agora ficam sob comando do acaso. Se no século XX as relações sociais estavam ligadas às instituições – familiar, religiosa, estatal – onde morais e bons costumes ditavam modos de sociabilidade, hoje em dia é o acaso o comandante dos encontros. Não mais se aproxima de uma pessoa por se trabalhar na mesma instituição, por ser da mesma família, ou por ter mesmas crenças religiosas; e sim pela capacidade de sermos afetados por intensidades emanadas de seres com semelhanças essenciais.

A convivência entre os seres humanos é potencializada pelo virtual , um universo de possibilidades e novas formas de atuação social torna-se realidade. A simulação , a multiplicidade de papéis desempenhados , a fragmentação do ego estampado em diversas relações que se manifestam simultaneamente no ciberespaço , leva a sociedade ao gozo de se poder experimentar múltiplas realidades.

Temos estampados diante de nossos olhos o novo, e desde que o novo é novo grande questões são geradas.

Durante os séculos do milênio passado todos os tipos de movimentos que impulsionaram transformações sociais tinham bases teóricas, onde intelectuais e artistas buscavam justificar o novo com críticas ao passado. Atualmente no que se refere à questões teóricas vivemos algo contraditório em relação às transformações sociais deste início de milênio; uma vez que produções teóricas sobre a nova sociedade cibernética pós moderna está voltada para a tentativa de se explicar o inexplicável, de se compreender o incompreensível, ou seja de se conceituar o caos inerente aos novos tempos. Não há tempo para formulações de críticas ao passado como recurso de justificativas do domínio da tecnologia, já que não estamos diante de um movimento e sim de uma transformação de nível evolutivo da própria espécie humana. O curioso disto tudo é que formulações teóricas com embasamento crítico existem também,mas não em relação ao passado, e sim aos novos valores que começam a povoar as relações ,às novas maneiras de se situar na realidade, ao início do domínio do desmaterializado território chamado ciberespaço no que diz respeito as relações e suas múltiplas formas de expressões.

A situação apresentada pelo cenário atual no contexto das produções teóricas de aspectos críticos em relação a sociedade pós –moderna, traz com ela ventos do receio, atmosfera de caráter medroso , uma vez que , ao nos depararmos com o domínio da tecnologia em todos os aspectos da vida planetária,fica claro que estamos diante de uma evolução da técnica - inerente a espécie humana – e que não há fundamento em se produzir conteúdos críticos utilizando referências passadas ,como meio de justificar as transformações que povoam os universos das relações sociais sob o impacto da tecnologia. Dessa vez é a natureza humana que se manifesta, expressando a desmaterialização embriagada de Dionízio como forma apolínea de realidade.

sábado, 12 de setembro de 2009

AÇÃO COMO EXPRESSÃO DO PENSAMENTO



Pensamento como modo de vida. Ação como experimentação. Corpo e espírito, Apolo e Dionísio. Fusões, misturas e modificações. Nada a mais que tudo isso. Discursos, conceitos e verdades perdem sentido a cada movimento de fluxos intensos -herdeiros sublimes- das experimentações. Falar fazendo. As palavras só ganham significado se expressadas através de ações. Fim do pensamento progressista , individualista e racional dominante da era moderna. Fadado a desintegração, este tipo de razão ,geradora de uma morbidez social apática e domesticada ,perde sentido.


É o ciberespaço e a influência avassaladora que está exercendo nas relações humanas o grande responsável por novos mecanismos de cognições, percepções e processos de relações. O imediatismo, a facilidade de comunicação e interação, a caótica conexão dos fluxos de idéias que circulam no universo virtual, são as infinitas sementes de novas múltiplas formas de relações. Com o surgimento do ciberespaço como uma superfície de afetos , fica evidente o nascimento de outra realidade de expressão de imanências de caráter telúrico. Sendo assim , as morais – religiosas, sociais,institucionais, estatais- utilizadas como ferramenta de dominação milenar se desintegram gradativamente. É através da multiplicidade de opções existentes no universo virtual , assim como a liberdade de expressão nas variadas formas de relações; que as morais e verdades sustentadoras de valores transcendente tornam-se vulneráveis como nunca antes foi pressentido ou calculado.


O homem – animal racional das espécies dos primatas – caminha rumo à universos desconhecidos na medida em que o campo de atuação social se pluraliza através das relações existentes no caótico mundo do ciberespaço.
Estamos diante de uma evolução vital do planeta Gaia ?


Caminhamos à zonas desconhecidas ,ambientes de fusões e misturas.Pensamentos e atitudes tomam proporções simbióticas, na medida em que a velocidade e quantidade dos fluxos de informação banalizam as atmosferas de caráter "egóicos", enfatizando a importância da ação como expressão do pensamento. Fica claro que o desejo pelo controle das ações humanas, sejam elas de caráter mental, psicológico, sexual, religioso, não só permanece atuando, como busca estratégias de alcance para que os tentáculos de domesticação do poder institucional se efetuem e mantenham as regras no caminho do rebanho. Neste ponto entram as questões nietzschinianas de nobreza e baixeza das almas humanas, das distintas naturezas dos "peitos que suspiram e dos peitos que não suspiram".


O desejo pelo poder, pela tirania, pelo controle – característicos das baixezas humanas – é instintivamente natural e dessa forma infinitamente atuante. Basta olhar para a formação da civilização que este argumento ganha proporções concretas. Mas a questão em destaque, é da potencia do universo virtual de estabelecer relações que de alguma forma não estão sob domínio ou controle de poderes institucionais de adestramento social. As novas gerações de humanos terão outra percepção da vida, uma vez que realidades - de caráter distintos - coexistirão naturalmente , potencializando as múltiplas facetas das relações humanas. Estamos diante de transformações profundas , onde talvez nem tenhamos como pensar sobre elas.Trilhamos caminhos onde a desmaterialização ,a desvalorização do orgânico e a possibilidade do homem de obter o controle da vida planetária ,serão realidades que habitarão as relações telúricas dos futuros habitantes do planeta gaia.

sábado, 27 de junho de 2009

EXPRESSÕES CAÓTICAS DA NATUREZA DA VIDA

Pensar o mundo substantivamente, pensar o mundo verbalmente. Eis o grande abismo entre rigidez e movimento... Substantivo, nos remete a substância, algo fixo, um conjunto de substâncias fixas para se formar um caminho. Verbo nos remete à ação, algo móvel, processo, movimento. Uma substância em movimento formando o caminho.
A questão é cognitiva, modo de pensar e perceber o mundo. Pensar o mundo, a vida, os indivíduos como um conjunto de substantivos que, lado a lado, estáticos e rígidos, dão a forma estética para o movimento.
Pensar o mundo, a vida, os indivíduos como verbos, como ações, eternos movimentos, infinitos processos, tempo e espaço ocupando a mesma dimensão.
Ao falar em ação, em movimento, em processo, falamos em caos, já que a eternidade dos movimentos e seus processos expressam caoticamente a natureza da vida. Tudo está em movimento, do orgânico ao virtual, na natureza ao artificial. O que fez do homem moderno um ser rígido, fixado, controlador, incapaz de agir de acordo com a natureza dos movimentos e seus fluxos foi toda uma complexidade de idéias filosóficas, religiosas que há 2000 anos condicionaram o pensamento ocidental. Platonismo, catolicismo, judaísmo, preenchidos por metafísicas, por valores transcendentais, por deuses estáticos, inibindo a humanidade de se expressar imanentemente. Segundo Nietzsche, o pior, o mais persistente, o mais perigoso de todos os erros foi um erro de dogmáticos: a invenção por Platão do espírito puro e do Bem em si.
Trata-se de imanência e de transcendência. Ao se falar em valores transcendentes coloca-se poder em algo distante da capacidade humana , impedindo esta de se expressar de acordo com a própria natureza. Ao se falar de imanência, dirigimos este poder à humanidade , criando um universo de possibilidades de expressões e criações a partir da capacidade inteligível de cada um. Na transcendência permanecemos imóveis, incapazes de agir sem o aval do "tal" valor transcendental, desta maneira nos tornamos como substantivos, rígidos na forma de apreender a realidade da vida. Na imanência o poder de atuação está em nossas mãos, passamos de substantivos à verbos, passamos da rigidez ao movimento, da não ação à ação.
A vida como obra de arte: indivíduos criando suas próprias condições na existência, habitando o desejo e, a partir daí, agindo para expressá-lo.
Mudamos de século, mudamos de milênio, da era industrial de produção em série seguimos para a era tecnológica, onde a informação ganha o poder que já foi da produção. Ao se falar de informação, falamos de idéias, de criatividade, de técnica, de pensamento. Digamos que a humanidade está se tornando mais inteligente, para felicidade de uns e infelicidade de outros. O controle das informações e do conhecimento perdem sentido. De nada adianta a tentativa de controle na rede planetária de interatividade e informação .O campo virtual de expressão humana :o ciberespaço, universo de infinitas possibilidades de expressões, tende cada vez mais a ser habitado pela humanidade, e uma vez presente no cotidiano , eis um grande recurso para que imanências sejam expressadas. A decadência de valores transcendentais, seja em um deus, em morais estabelecidas, em verdades inquestionáveis tendem a se afirmarem, na medida em que com o passar dos anos a humanidade for tendo acesso ao ciberespaço e dessa forma libertando-se do controle estabelecido há mais de mil anos.
Conhecimento gera liberdade de escolhas e é no conhecimento que caminhamos nesta nova era que se inicia. Dentre outras tantas mediocridades e situações bizarras que a natureza humana é capaz de realizar, existe uma nova realidade a ser conquistada: a realidade virtual, e com ela infinitas possibilidades de perceber e viver a vida. Para os pessimistas, amedrontados com a "desmaterialização orgânica" que se sujeita a humanidade do planeta Gaia, não há como voltar atrás, entramos em um novo movimento, o tão esperado encontro do tempo e do espaço, eis a fusão espaço/tempo, eis o caos sendo reconhecido nas intensidades do acaso.

domingo, 12 de abril de 2009

Caos primordial

Diz meu mestre que, na antiga China, a prática de meditação se chamava Aprendizado do Caos Primordial. E me ensinou que, no estado do caos primordial, não existe separação. Os grandes mestres aprendem a viver nesse estado, onde a consciência não está dividida, não é dualizada, não é colocada como eu observando o outro e o outro me observando; eu reagindo à observação do outro e o outro reagindo à minha observação. O homem deve aprender a retornar à origem, caos primordial.
Na meditação taoísta, é comum passar-se para um estagio de consciência alterada. Perde-se a noção de forma, a tempo, corpo. É o estado de caos primordial, semelhante à embriaguez. Nesse estado podem surgir manifestações de força e energia. Quando essas forças e energias surgem, nossa consciência, em geral, tenta sair do estado em que se encontra para retornar a um nível superficial e identificar o que está acontecendo. Porem os mestres taoístas avisam aos discípulos: “quando meditar e visões e sensações manifestarem-se, não ligue, não sinta”.
Não se trata de reprimir visões e sensações. Quando se reprime algo, significa se está aceitando essa mesma coisa pelo seu oposto, pela sua negação. Se surgir na frente uma imagem, não procure identificá-la e nem se abale por isso. Se a sua prática é contemplar a respiração, continue contemplando a respiração. Não importa o que tenha surgido: Cristo, Buda, Lao-Tzé, um búfalo azul ou verde. Você não deverá nem identificá-lo, quanto mais se preocupar com a cor do búfalo.
As verdadeiras experiências que estão alem da linguagem, da descrição, da forma, da palavra estão no estagio de Céu Anterior. Tao logo sejam descritas por palavras, imagens, cores e forma descem para o estagio de Céu Posterior. No taoísmo, isso significa que você sai do estagio primordial, da pureza, para o estado do julgamento. Devemos procurar não cair nesse estado durante a pratica espiritual.
As pessoas costumam perguntar: “o Mestre medita, medita e quando desperta, não sabe o que aconteceu, só sabe que foi maravilhoso? Não tem graça porque o meu vizinho guru, quando medita, vê raios vermelhos, etc.” Esse guru caiu na forma e aquele Mestre, não, portanto ele não identifica a forma, retira-se do nível do caos primordial, sai da profundidade e cai de nível, volta para o mais superficial.
Aí, vem a segunda questão: “Pra que vocês fazem isso? Meditar, desligado, achando tudo maravilhoso? É só isso?
Muitas práticas místicas dizem que, através da meditação, vou ver a luz, a aura, tirar os símbolos místicos para mim e ter acesso a segredos, saber o que aconteceu ontem e o que vai acontecer amanhã, e saber o que está na cabeça dele. O que o taoísta faz? Fica sem saber tudo que descobriu porque não pode saber? Então, ele está perdendo tempo.”
O taoísta não está perdendo tempo. O objetivo da meditação taoísta não é adquirir maestria sobre fenômenos, efeitos, ver um elefante cor-de-rosa ou bolinhas azuis flutuando no ar. O propósito essencial é levar a consciência de volta ao que deveria ser, ao estado ouro de absoluta quietude, lucidez e transparência, onde a consciência seja completamente desprendida e límpida, sem nenhuma fantasia ou elementos que a envolvam. Através desse túnel de caos você saia com a consciência límpida. Esse túnel de caos em que você vai entrar é um lago onde você entra para ser purificado pela água. Você entra, fica embriagado e sai da embriaguez com a consciência cristalina.
Os fenômenos para normais e extrasensoriais existem, mas isso não é iluminação. Iluminação é a transparência e quietude da consciência. É a lucidez que existe dentro de você, que faz com que você veja cada situação simplesmente como ela é.

terça-feira, 10 de março de 2009

COGNIÇÃO E SENSIBILIDADE NO HIPERMUNDO



Mudança tecnológica e mutação psico-cognitiva são interdependentes, como o são o organismo e o seu ecossistema. O organismo do qual falamos é o organismo consciente que a tradição humanística idealiza conforme certas características. Mas as limitações humanísticas do organismo consciente entraram num estado de tensão. A extensão bio-maquínica é o problema frente ao qual a evolução se encontra atualmente. O organismo consciente é também organismo senciente, feito de receptores sensíveis, terminal sensível. A entropia da linguagem O mundo em que vivemos começa a se mostrar como o resultado de um zapping projetivo no qual combinamos seqüências de proveniências lingüísticas diversas, em fragmentos herméticos que funcionam como chaves para abrir uma porta além da qual não há mais que o vazio. Experimentação hermética transcultural, construção de auto-estradas transparentes que correm irresponsáveis na direção do céu. A infosfera é o ambiente no qual os organismos se formam como células interconectadas. A linguagem constrói este sistema de inervações e simula uma comunidade, uma atribuição; é na linguagem que se forma a simulação da origem, função da compreensão recíproca, mas também ilusão de um fundamento comum. A atribuição e a comunidade se fundam na linguagem, mas na realidade o processo comunicativo é dispersão: todo ato de comunicação é entrópico. Podemos falar, é claro, de uma língua como fenômeno estruturado, como execução de um programa gramatical – mas se trata de uma abstração. A realidade falada, vivida, de uma língua é de um gênero totalmente outro, é um processo fluido, um equilíbrio instável no devir da diáspora. Que é uma diáspora? O derivar de um lugar (ilusório, puramente mental, projeção nostálgica, alucinação da memória e simulação de identidade) na direção de todos os outros lugares. A diáspora é então a dispersão de uma verdade e de uma coerência originária, a qual de fato é nada mais que uma projeção nostálgica. Dispersão de uma simulação compartilhada. Entropia de uma ilusão projetada sobre o passado. “Não há a universalidade da língua, não há a universalidade dos atos lingüísticos. A toda seqüência de expressão lingüística é associada uma rede de cadeias semióticas de toda natureza (perceptivas, mímicas, gestuais, pensamentos por imagens etc.). Todo enunciado significante cristaliza uma dança muda de intensidade que se joga ao mesmo tempo sobre o corpo social e sobre o corpo individual. Da língua à glossolalia, todos as transições são possíveis” (Félix Guattari, L’inconscient machinique, 1979). Toda língua falada é o ponto de encontro transitório e evasivo de diferentes diásporas, de vários afastamentos de lugares passados virtuais puramente nostálgicos. A modernidade tardia é a época em que toda a humanidade é submetida a um desenraizamento, uma diáspora feita de emigrações e de colonização culturais cruzadas, mas também de uma constante emulsão informativa que goteja através de cada poro da vida cotidiana. Para compreender o processo da mutação, deve-se ter em vista o ponto de intersecção entre a linha da mudança tecno-comunicativa e a fenomenologia da sensibilidade. Aparato tecno-comunicativo e sensibilidade formam o rizoma do devir psicoquímico. Diáspora e pânico Na época da modernidade tardia, as tecnologias de comunicação põem em movimento um processo de desterritorialização generalizado e constante que se manifesta como desenraizamento e ubiqüidade, e como aleatoriedade da relação entre signo e referente. A desterritorialização da modernidade tardia rasga o véu ilusório da referencialidade da linguagem e da identidade psíquica, premissa ilusória que o sujeito moderno trazia dentro de si: ilusão representativa, culto romântico da atribuição. O vigor totalitário da modernidade, o integralismo, o economicismo, o fascismo, o socialismo autoritário são todos manifestações desta obsessão pela origem. A desterritorialização telemática faz explodir todo reconhecimento do território sensível, não menos que toda coerência objetiva do mundo conhecido. O inconsciente social reage à desterritorialização com um tipo de pânico aterrorizado por que o investimento social do desejo não o leva a aceitar a deriva como condição do consistir, não o predispõe a reconhecer o vazio e como destino e como ponto de chegada do conhecer. O pânico é a reação do organismo consciente improvisadamente despertado ante o irromper da proliferação semiótica, e improvisadamente privado dos filtros de que dispunha a mente crítica e disciplinar da modernidade. A sociedade moderna criou suas estruturas disciplinares como um exorcismo contra o vazio e contra o pânico. Mas agora o poder comunicativo da tecnologia digital produz um excesso de informação, em relação ao tempo de atenção socialmente disponível. O mercado da atenção está saturado. Marx falava de crise de superprodução referindo-se ao excesso de oferta determinado pelo crescimento produtivo, demasiado rápido em relação à capacidade de absorção do mercado. Hoje o lugar essencial da crise de superprodução é o mercado da atenção, o tempo de elaboração consciente disponível na sociedade. A inflação semiótica Os centros de onde provém o fluxo de informação se multiplicam e se tornam invisíveis até produzir um efeito de inflação incontrolável. Inflação significa: sempre mais dinheiro para comprar sempre menos mercadoria. A inflação semiótica se manifesta como um regime no qual sempre mais signos compram sempre menos sentido. “Aqueles que devem ser guias para a população vêem demasiados aspectos de todas as questões, investigam tantas coisas e descobrem que se podem dizer tantas delas a propósito de todas as coisas, que não comprovam mais segurança a respeito de nada. Um sentido oprimente não só da relatividade das idéias, mas de uma enorme quantidade e incoerência da informação, uma cultura de cruzamentos e de energias inextrincáveis – esta é a sensação primária de nosso tempo” (Charles Newman, The Post-Modern Aura, 1985). E no último número da “Wired”, John Perry Barlow escreve: “A maior parte do congresso americano se encontra agora am situação de datashock. Todos dispõem de, com dificuldade, de um tempo de atenção equivalente a uma viagem de elevador. Catástrofe da complexidade em que um organismo é obrigado pelo contexto a elaborar mais informação do que aquela que pode compreender. O sintoma freqüente é a fibrilação, um tremor que precede o colapso do sistema. Podemos dizer que todo o congresso e o governo dos Estados Unidos chegaram a este estado”. Os automatismos decisórios Os signos proliferam além da capacidade de recepção atenta, e além da capacidade de decodificação consciente. Os signos não são mais sujeitos a interpretação. Tornaram-se, ao contrário, um oceano no qual se navega através de cadeias de associações. A superestimulação provoca sobre o plano cognitivo um tipo de obscurecimento da atenção, que leva a efeitos de desligamento. O processo de decisão que depende da atenção fica progressivamente automatizado. Os automatismos tecno-sociais substituem progressivamente a vontade humana no processo da decisão. Caminhamos na direção de uma salutar rendição da vontade. Decidir, escolher, querer, são atividades impossíveis, do ponto de vista do sistema info-cognitivo. Drogas e tecno-comunicações Mas a sensibilidade, aquele processo de singularização do mundo experienciado a que chamamos erotismo, como se redefine, como se adequa à superestimulação? Conhecemos duas técnicas de mutação do organismo senciente frente à superestimulação: uma técnica é aquela da intensificação perceptiva (drogas de tipo afentamínico, XTC, aumento da capacidade de elaboração perceptiva da experiência na unidade do tempo); a outra é aquela da redução dos sinais a entrarem, através da proteção do sistema receptivo (drogas de tipo opiáceo, redutoras do afluxo de estímulos e refinadoras da qualidade perceptiva da experiência). Drogas e tecno-comunicação estão em estreita relação; são os dois fatores de alteração da relação mente-mundo. Quando falamos de drogas devemos tomar esta palavra em toda a sua extensão, não reduzida à restrita farmacopéia das substâncias criminalizadas pela lei, mas estendida a todas as substâncias que regulam a relação da sensibilidade com o ambiente. E quando falamos de drogas, nesta altura devemos reconhecer que estamos simplesmente iniciando um discurso sobre a auto-mutação, sobre a mutação auto-administrada a que o organismo consciente/senciente se induz a si mesmo para aprender a elaborar cognitivamente, perceptivamente, emotiva e eroticamente o material informativo-estimulante que recebe. Com efeito, estamos apenas começando um discurso sobre a mutação genética auto-induzida, que constituirá provavelmente o percurso de readequação do organismo consciente ao hipermundo. Política da mutação A política da mutação que deveremos provavelmente desenvolver não terá mais nada a ver com a idéia de transformar um mundo que se tornou de todo ingovernável por parte dos agentes humanos (meros fragmentos de um cérebro de um superorganismo intergrado e governado por automatismos bio-maquínicos e tecno-linguísticos), mas serão essencialmente mutações genéticas e perceptivas auto-induzidas, próteses químicas e neuro-físicas que gerarão o organismo capaz de elaborar material informativo e perceptivo que não pode mais ser nem elaborado nem possuído na esfera do humano. O pós-humano não é um dado, mas um projeto no qual já estamos trabalhando, sem saber o quanto conscientemente.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Liberdade!




Arte como Crime, Crime como Arte!!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Fusion Anomaly!



O último feito possível é aquele que define a percepção em si, um invisível cordão dourado que nos conecta: dança ilegal nos corredores do tribunal. Se eu te beijasse aqui eles chamariam isso de ato de terrorismo: vamos então levar nossas pistolas para a cama & acordar a cidade à meia-noite, como bandidos bêbados celebrando com uma fuzilaria a mensagem Subversiva de nossos corações ao gosto do Chaos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Terrorismo Poético


Que neste Ano de 2009 seja realizada a Grande Obra da Destruição (Sundegai!)
Ato Um.

ESTRANHAS DANÇAS NOS SAGUÕES de Bancos 24 Horas. Shows pirotécnicos não autorizados. Arte terrestre, trabalhos- telúricos como bizarros artefatos alienígenas espalhados em Parques Nacionais. Arrombe casas mas, ao invés de roubar, deixe objetos Poético-Terroristas. Rapte alguém e faça-o feliz. Escolha alguém aleatoriamente e convença-o de que ele é herdeiro de uma enorme, fantástica e inútil fortuna: digamos 8000 quilômetros quadrados da Antártida, ou um velho elefante de circo, ou um orfanato em Bombaí, ou uma coleção de manuscritos alquímicos. Mais tarde, ele irá dar-se conta de que acreditou por alguns poucos momentos em algo extraordinário, & talvez, como resultado, seja levado a buscar uma forma mais intensa de viver.
Pregue placas comemorativas de latão em locais (públicos ou privados) onde experimentaste uma revelação ou tiveste uma experiência sexual particularmente especial, etc.
Ande nu por aí.
Organize uma greve em sua escola ou local de trabalho, com a justificativa de que não estão sendo satisfeitas suas necessidades de indolência & beleza espiritual.
A Arte do grafitti emprestou alguma graça à metrôs horrendos & rígidos monumentos públicos. A arte Poético-Terrorista também pode ser criada para locais públicos: poemas rabiscados em banheiros de tribunais, pequenos fetiches abandonados em parques e restaurantes, arte xerocada distribuída sob limpadores de pára-brisa de carros estacionados, Slogans em Letras Grandes grudados em muros de playgrounds, cartas anônimas enviadas a destinatários aleatórios ou escolhidos (fraude postal), transmissões piratas de rádio, cimento fresco...
A reação da audiência ou o choque estético produzido pelo Terrorismo Poético deve ser pelo menos tão forte quanto a emoção do terror: nojo poderoso, excitação sexual, admiração supersticiosa, inspiração intuitiva repentina, angústia dadaísta — não importa se o Terrorismo Poético é direcionado a uma ou a várias pessoas, não importa se é "assinado" ou anônimo; se ele não muda a vida de alguém (além da do artista), ele falhou.
O Terrorismo Poético é um ato em um Teatro de Crueldade que não tem palco, nem assentos, ingressos ou paredes. Para funcionar, o TP deve ser categoricamente divorciado de todas as estruturas convencionais de consumo de arte (galerias, publicações, mídia). Mesmo as táticas guerrilheiras Situacionistas de teatro de rua já estão muito bem conhecidas e esperadas, atualmente.
Uma requintada sedução levada adiante não apenas pela satisfação mútua, mas também como um ato consciente por uma vida deliberademente mais bela: este pode ser o Terrorismo Poético definitivo. O Terrorista Poético comporta-se como um aproveitador barato cuja meta não é dinheiro, mas MUDANÇA.
Não faça TP para outros artistas, faça-o para pessoas que não perceberão (pelo menos por alguns momentos) que o que acabaste de fazer é arte. Evite categorias artísticas reconhecidas, evite a política, não fique por perto para discutir, não seja sentimental; seja impiedoso, corra riscos, vandalize apenas o que precisa ser desfigurado, faça algo que as crianças lembrarão pelo resto da vida — mas só seja espontâneo quando a Musa do TP tenha te possuído.
Fantasia-te. Deixa um nome falso. Seja lendário. O melhor TP é contra a lei, mas não seja pego. Arte como crime; crime como arte.