"'Não consigo acreditar', disse Alice. 'Não consegue?' disse a Rainha...
'Tente de novo; respire fundo, e feche os olhos.' Alice riu. 'Não adianta tentar,' ela disse; 'Não se pode acreditar em coisas impossíveis.' 'Eu diria que você não praticou o bastante,' disse a Rainha. 'Quando eu tinha sua idade, eu sempre fazia isto por meia hora por dia. Algumas vezes eu já tinha acreditado em até seis coisas impossíveis antes do café."
Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas
"Um evento particular pode ser infinitesimalmente provável, mas a probabilidade é sempre maior do que zero."
Isaac Asimov, Fundação II
"Cada decisão é como um assassinato, e nossa marcha em frente se dá sobre todos os corpos natimortos de nossos irmãos gêmeos que nunca serão."
Rene Dubois (adaptado)
"A realidade humana é feita de milhares de vulgaridades."
C.G. Jung, Return to the Simple Life
"Acho que minha visão está melhorando. Antes só conseguia ver uma névoa negra, agora posso ver uma névoa luminosa."
Han solo, Empire Strikes Back
Qualquer fato banal pode encontrar significados epopéicos. Essa simples afirmação é o fundamento de todo o poder, visto que quem consegue perceber "um mundo num grão de areia" se torna onipotente.
Porém, em estados convencionais de consciência, sendo soterrados pelos estados deploráveis das expectativas de uma pessoa "comum", as pessoas tendem a diminuir a grandiosidade de seus significados. Sofrem de uma baixa auto-estima contagiosa, vivem preocupados com contas, o supermercado da semana ou mesmo problemas familiares. E assim mesmo, não dão força dramática a essas "energias negativas", não as transformam em "mito pessoal", mesmo porque isso seria muito doloroso.
Preferem andar anestesiadas.
.'.
Existe um grupo de pessoas que vivem um conto de fadas. A única diferença entre elas e loucos felizes e internados, é que sabem representar.
Essas pessoas vivem dramas de amplitude enorme, mas também recebem glórias maiores do que qualquer macaco pelado conseguiria imaginar. São heróis de histórias emocionantes, não protagonistas dos diários de uma solteirona frígida.
Vivem sob augúrios sutis, presságios contidos, fases lunares. A visão não precisa ser "mística", apenas existir. Basta não virar os olhos, não procurar esquecer, não ter medo de dor ou prazer, não estar dentro de uma redoma, seja racional, emocional ou moral, cultural e mesmo pessoal.
Basta olhar os erros e acertos, sentir o estômago, o ar, os olhares, as estrelas, gatos pretos, moedas girando, coceiras na nuca, batidas, pássaros, sonhos, borboletas e morcegos: tudo que se saliente, tudo que esteja vivo. E tudo está vivo. Basta querer ver.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
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