terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Eclipse

Watching those flowers burning out tonight
Prestando atenção naquelas flores queimando noite a fora

Screams and soft lovers, memories of a fight.
Gritos e leves amores, memórias de uma luta.

Slowly the clouds are fading into a cage,
Lentamente as nuvens estão desvanecendo-se em uma gaiola,

While from my hands is falling another page...
Quando de minhas mãos cair uma outra página...

Dreams and lost days are burning in the past,
Os sonhos e os dias perdidos estão queimando no passado,

Velvet black rays are drifting now so fast,
Os raios de veludo negros dirigindo agora e rapidamente,

And in the great light I cannot see no more
E na grande luz eu não posso ver, não mais

Where is the right side, where is the golden door.
Onde está o lado certo, onde está a porta dourada.

Mornings and colors are playing out of here,
As manhãs e as cores estão brincando fora daqui,

Because I don't remember the memories of fear,
Porque eu não recordo as memórias do medo,

The aura of the moondawn is loosing her contours,
A Aurora da Lua Minguante esta perdendo seu contorno,

Sweet angels of heaven are missing their return.
Os doces anjos do céu sentem a falta do seu retorno.

Echoes of whispers so similar to paint,
Ecos dos sussurros tão similares a uma pintura,

Distant, so distant, like diamonds in the rain,
Distante, assim distante, como diamantes na chuva,

And if for a moment there lights are on your lips,
E se por um momento se iluminar em seus lábios,

I know, there's no answer, but a wonderful eclipse.
Eu sei, não há nenhuma resposta, mas um eclipse maravilhoso.

Dreams and lost days are burning in the past,
Os sonhos e os dias perdidos estão queimando no passado,

Velvet black rays are drifting now so fast,
Os raios pretos de veludo dirigindo agora e rapidamente,

And in the great light I cannot see no more
E na grande luz eu não posso não ver não mais

Where is the right side, where is the golden door.
Onde está o lado certo, onde está a porta dourada.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Blind White Fire.

Um momentum estranho.

Sinto novamente a fagulha queimar dentro de mim.
Aquela sede, uma vontade de potencia, uma indiferença æthérica.
Sinto a brisa no meu rosto e me sinto bem.

sábado, 8 de novembro de 2008

Ensaios de Chaos Magick

Sundegai!


Um ensaio em diversas práticas de Magia do Caos
de Legião Compilado por Fra. Tawüse Melek - 777 (a.k.a. Reinaldo Ribeiro)

Este é um texto cadeia. Recebendo-o, por favor, o copie e passe-o para qualquer um.
Nenhuma maldição é invocada se você escolher não o fazer.
De qualquer forma nós ganhamos.

Todos os direitos reservados - 2002
Versão 2.11 distribua/adicione livremente.


1 - Introdução

Alguns conceitos chaves são comuns a vários sistemas/tradições/paradigmas. Nós persuadimos o leitor a não rejeitar ou aceitar estas construções teóricas, mas a tentá-las e verificá-las por experiência pessoal.

O todo está codificado dentro de cada um de seus constituintes - "Assim acima como abaixo."
O todo é interconectado, e todas as totalidades relativas compartilham na consciência em vários níveis.
O todo é auto-organizante, e a evolução de todas as formas é governada por princípios similares.
Por meio de uma vontade treinada e direcionada, nós podemos afetar a mudança (probabilidade > possibilidade) em vários níveis de organização.
Mudança é a única constante.
O todo é mais do que a soma de suas partes.
Nossas crenças definem os limites de nossa experiência permitida. "Realidade do Cotidiano" não é o limite de nossa experiência – entrando em estados alterados de consciência nós podemos experimentar outras realidades.
As entidades que podem ser encontradas durante nossas experiências destas outras realidades são reais dentro de seus próprios mundos. Questionar suas existências relativas é insignificante, uma vez que o universo comporta-se como se eles existissem.
Habilidade Mágica é engendrada através de uma jornada interna e transformativa.

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2 - Gnosis

Gnosis é a chave para as habilidades mágicas - a realização de um intenso estado de consciência conhecido em várias tradições como Não-mente, ´Foco único´ ou ´Sartori´. Consciência é esvaziada de toda informação exceto o objeto/sujeito da concentração. Vários métodos de alcançar gnosis podem ser empregados, da dança frenética à contemplação arrebatada de uma idéia. Qualquer que seja o método escolhido, o praticante continua-o até ele (a) ser levado (a) ao Êxtase. Alcançar gnose pode resultar, para o orientado religiosamente, em experiências místicas´ - Visitações por Deuses, Demônios, ou a revelação de verdades divinas. Para o magista, entretanto, o conteúdo de tais momentos de gnosis são menos interessantes do que o que pode ser feito com eles - é durante momentos de gnosis: que sigilos podem ser lançados; que o magista pode alcançar diretamente níveis de tempo-espaço para manifestar sua vontade; que Deuses podem possuir seus devotos. Historicamente, muitas das técnicas de gnosis tem sido aumentada pelo uso de drogas - dos ungüentos para voar das bruxas ao LSD e experimentos deprivatórios de sentidos de John Lilly. Qualquer sistema ou tradição é incompleto enquanto ele permanecer uma curiosidade teórica. Estudo isolado é de pouco valor, a não ser que seja complementado com prática a respeito. Obras completas podem ser escritas explicando a natureza mágica de diversas entidades como Deusas, Demônios, ou Espíritos, mas elas não são substitutas para a experiência real de uma deidade durante o curso de um ritual. Embora exista muita conversa sobre segredos mágicos, os únicos verdadeiros segredos são aqueles que podem ser pessoalmente descobertos através da luz da experiência mágica direta. Estados alterados de consciência podem ser alcançados usando uma combinação de mudanças internas (o uso dos métodos de gnosis), e interação com outros, como na hipnose, ritual de grupo ou orgia.

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3 - Invocando Esquisitices

Meu antigo Adepto costumava me dizer “Mano”, não existe nenhuma coisa que você não possa fazer se colocar sua mente nela. Então, distantes, nós fomos à completa realidade Golden Dawn para segurar a maré, à frente do mar em Bournemouth. Depois daquilo ele me fez fazer sigilos para fazer os cabelos de Harold Macmillan ficar na extremidade. Ele doou sua vida à magia disse ele, depois de conhecer Crowley em um banho turco (sauna), mas ele tinha entusiasmo ilimitado que era contagioso. Você sentia que podia fazê-lo, não importa o quanto estúpido ou absurdo o fosse. Ele gostava muito de dizer "Se o reino dos céus está dentro de você, porque gastar mais do que R$50 em livros de ocultismo?" Aqui estão algumas das coisas que ele me fazia fazer: "Todas as coisas que conhecemos extrata no final em suposições, então reverta todas as declarações, ou ponha nãos nas assertivas e vire-as antes de olhá-las. Acorde um dia e tente banir sua realidade diária - todas as coisas tornam-se novas, não familiares e totalmente frustrantes. Objetos se tornam intensos e assustadores.

Esteja errado. Gastamos muito tempo buscando por respostas corretas´, crenças certas, fazer o certo. Fazer certo = confiança = sucesso. Enfadonho! Esteja errado! "

Deuses e Gurus. Possessão por um Deus ou espírito permite você fazer coisas que ordinariamente não faria. Um guru prova que você pode caminhar em uma corda esticada sem cair, que você pode brincar no fundo de uma piscina sem se afogar. Insanidade parece ser um risco ocupacional de magistas. Melhor ser maluco agora e poupar tempo depois.
Sanidade está lá fora antes do que na sua cabeça, uma vez que a maior parte das pessoas parece ver a si mesmas como mais louca do que o resto. Se dissermos muitos pensamentos loucos, somos trancafiados. Lembro de uma mulher no asilo local que dizia ser um passarinho na gaiola - ela tinha aprendido a ficar calada sobre isto, pois dizê-los aos outros só havia conseguido mais medicação e Eletro-choque para ela. Ser safo é ser sano - não expressando seus pensamentos loucos. Magia pode ser sobre deixar seus pensamentos loucos saírem para ver as ruas em grupos. Magia é uma coisa da rua. Magistas precisam ser vistos e ouvidos. A personalidade travessa de Crowley exemplificava isto, seguindo o caminho em ziguezague de Cagliostro, Simon Magus e inumeráveis Shamans e bruxas de todo o mundo. Um bom magista toca para sua audiência, seja ele um shaman tribal fazendo ritual de IFÁ ou um feiticeiro da esquina fazendo talismãs anti-polícia de tampas de latas vazias. Aprenda a iludir dançar, jogar ludicamente; estes são os verdadeiros poderes mágicos. Se você está realmente indo tornar-se um pequeno megalomaníaco ascendente, você pode também conseguir algumas risadas enquanto isto. Passe o Chapéu.

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4 - Titã-Gnosis

Existe uma grande discussão no momento no assunto da mudança no Aeon, e da influência de várias Correntes. Aparentemente algumas pessoas sentem que a era de Aquário - verdade, justiça, comidas sadias, não-nuclear e brincadeiras pagãs pacíficas é apenas, como nos butecos dizem “Caraio!!”. De outro lado, a possibilidade do Novo Aeon ser governado por zumbis canibais radioativos também não pode ser eliminada totalmente.


O século XXI está ocupado ressurgindo os titãs - os primais “construtores” dos cosmos que aparecem nos mitos da Criação sob vários modos - os Gigantes da mitologia Nórdica ou os Titãs Gregos por exemplo. Uma vez que estas forças Titãs tinham completado seus trabalhos, eles eram banidos ou mandados embora do cosmos ordenado, que era então povoado com todas as formas de entidades. Os Titãs estão sempre presentes, espreitando das beiradas da “realidade”. Estas forças, tanto destrutivas e criativas, continuamente aparecem na literatura como o tema de conflito entre a razão e a natureza baixa, primária. O “Sacerdote” de tais mistérios é o autor H.P. Lovecraft, do qual os “Antigos” parecem reter uma fascinação contínua dos ocultistas, juntamente com vários outros panteões de Deuses Negros, Deuses da Morte ...

O mito cíclico dos Titãs representa a catabólica força que propaga mudança em qualquer sistema, seja na escala universal ou subatômica. Eles são compreendidos estar dormentes ou sonhando e nisto estão em equilíbrio. Entretanto, quando um sistema envolve um certo grau de complexidade se torna incrementalmente instável, o que pode eventualmente levar tanto a evolução - o sistema “evolui” para uma ordem superior de complexidade, ou entra em colapso, destruindo-se. É nestes pontos críticos que os Titãs
mais uma vez tornam-se ativos - quando um grande volume de instabilidade precisa ser construído, para que o salto evolucionário seja feito.

O desenvolvimento de tecnologia nuclear tem levado a um incremento súbito de pontos de acesso onde as esferas encontram-se entre nossa realidade ordenada e o Caos Primal dos Titãs. Os portões tem sido abertos, e a evolução de todas as entidades dentro da biosfera (tanto orgânica como Elemental ) está sendo afetada. Enquanto o poder dos Titãs retorna, um novo sacerdócio tem surgido para adorá-los - os políticos obcecados por poder e seus numerosos seguidores. Como os magos inatos dos Mitos de Cthulhu, eles acreditam que os Titãs podem ser controlados, e que eles possuem os encantamentos para combinar e encadear as forças nucleares sem perigo. Desafortunadamente para eles ( e nós ), os Titãs são completamente amorais, não sendo conscientes como nós o conhecemos.Nosso único ponto de interface com eles é através do assim chamado cérebro de Dragão, com seus atavismos pré-verbais e conduções instintivas.

Titã-Gnosis é o nome que nós demos para a evolução em consciência que os Titãs estão gerando nos seres humanos enquanto suas ondas ativas atravessam nossa mente. A percepção cresce de que a sobrevivência humana ultrapassa todos os limites, ambos ideológicos e cultural; que é necessário viver melhor dentro da natureza melhor do que destruindo o ambiente. Parece que enquanto os Titãs agitam em sonhos de morte, mais próximos nós estamos de “acordar” em números maiores e maiores.

O ponto traiçoeiro acerca dos Titãs é que por enquanto, nós necessitamos deles se o salto evolucionário é para ser feito bem sucedidamente. Seu retorno é gerado pela corrente entrante que tem sido conceptualizada, variadamente como 93, Ma´at ou Chaos. Na análise final, os nomes e simbolismos utilizados não são tão importantes - eles são facetas de um mesmo processo (n.t. o retorno dos Titãs).

Magistas e outros visionários que estão atentos para a Titã- Gnosis e seus efeitos estão agora trabalhando ativamente como transportadores para estas energias. Evocação destas energias titânicas para dentro do ensejado espaço-tempo de alguém é uma jornada perigosa. O uso de nomes, sigilos, e cantos são apenas parcialmente úteis, desde que os “nomes” dos Titãs formam a estrutura de nossa própria realidade.


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5 - Ego & Vontade (continua)

O conceito do Ego - a estrutura psíquica de auto-identificações, crenças, desejos e personificações é reconhecida como a base de nosso psico-cosmo. Um curioso mal-entendido tem emergido, de que o Ego é uma barreira para o desenvolvimento mágico - que isto deve de alguma maneira ser derrubado ou destruído antes que alguém possa avançar na espiritualidade. Para alguns, parece que enquanto o “desenvolvimento ocidental” constrói o ego, os meios orientais baseiam-se em transcendência do ego. Existe muita discussão de “ser superior” que aparece após o ego ter sido transcendido - este é um tema comum no assim chamado pensamento “Nova Era”. A psique entretanto, não é uma entidade estática, e este tipo de coisa “ego versus ser superior” é um extravasamento da racionalista divisão corpo - mente. Tentativas de se livrar do ego podem facilmente resultar em um desenvolvimento de um lado só, promovendo ambos auto-importância e atitude de mais santo que outros. Evitar o assim chamado aspecto sombrio de desejo humano resulta em uma caricatura superficial da potencialidade humana, uma gentileza que evita o sondar das profundezas da psique. Clareza de pensamento, insights e esforço são polidos com uma cobertura de felicidade.

Trabalhar com o ego é iniciar uma alquimia interior, cujo objetivo não é destruí-lo, nem transcendê-lo, mas mover de um estado de fixação (ego-cêntrico) para uma condição de mutabilidade (exo- cêntrico), que é capaz de constante revisão e mudança. Isto é o que se diz com a frase ´lettin go´ (n.t. deixar ir), e de dissolver a idéia da mente como separada do mundo. O ego subsiste como um ponto de “Eu”, que dá significado para a experiência, ainda que o conteúdo da psique torne-se mais fluído. De certa forma, é o ego que enraizamos no espaço-tempo – o equivalente psíquico de ter o senso de lugar, de ocupar um conjunto particular de coordenadas. A maioria de nossa experiência de realidade está no nível de objetos, corpos e eventos que parecem ser temporariamente separados. Nós experimentamos a nós mesmos como centros de vontade, percepção e ego.

Em contraste com o ego, a vontade mostra uma qualidade de vetor, e nisto ambas direções e magnitudes. A vontade é “a onde” para as partículas do ego. Embora nós gostemos de pensar em nós mesmos como centros da intencionalidade, muito de nosso comportamento é resultado da ressonância vetorial - ondas ondulando, aparecendo em nosso universo de tempo-espaço como eventos separados e experiências síncronas. A chave para a apropriada postura mágica é dada por Crowley em sua novela, Filho da Lua: "... o homem inteligente, assim chamado, o homem de talento, expulsa seu gênio pela construção de sua vontade consciente como uma entidade positiva. O real homem de gênio deliberadamente subordina-se a si mesmo, reduzindo-se em uma negativa e permite seu gênio brincar com ele como queira..."

O conceito Thelêmico de realização da Verdadeira Vontade necessita de um desdobramento de consciência da vontade como uma qualidade vetorial. Vontade impõe organização - ordem fora do chaos normal (Austin Osman Spare), e a realização da Verdadeira Vontade envolve uma obediência à atenção dos padrões evolucionários que governam o desenvolvimento humano. Vontade é uma propriedade emergente de nossa interação com o ambiente total - não pode ser isolada por nenhum elemento.
Vontade, percepção e consciência - nós estamos imersos nelas da maneira que um peixe está imerso na água. Elas são propriedades emergentes da biosfera total de Gaia.

Como esta alquimia é concluída? A chave é integração – dissolver a fragmentação do corpo-mente, matéria-espírito. Entrar em uma dança ser-no-presente, imerso no corpo de Gaia, no interior do universo. Vontade em qualquer nível é um princípio organizante - shakti-kundalini em espiral cria todas as formas. Portanto: Invoque sempre, sentindo todos os atos mágicos como uma passagem da Vontade através de você. Atenda à reconstrução contínua de seu psico-cosmo através do examinar de crenças, desejos e atitudes.
Busque união com tudo o que você tenha rejeitado. Pratique mágick como sua verdadeira sobrevivência dependesse disto. Esqueça tudo que lhe foi dito sobre o mundo, assuma nada e desenvolva seu próprio caminho. Tome mais Cervejas!

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6 - Sigilos

Sigilização é um método pelo qual um desejo/intenção é codificado em uma forma não óbvia, i.e. um glifo ou figura que não imediatamente chama a mente a intenção original. Qualquer intenção mágica pode ser escrita e as letras misturadas para formar uma figura, mantra ou neologismo, que pode ser repetida ou objeto de concentração até que ocorra gnosis. Alternativamente, o sigilo pode ser deixado de lado até que seu propósito original seja esquecido, e então lançado.

Durante gnosis ou momentos de grande sentimento emocional, o sigilo pode ser desenhado, visualizado e foco de feroz concentração, até a exclusão de todo o resto. Isto habilita a assim chamada mente subconsciente a reprogramar a realidade de acordo com a vontade. Uma vez que o sigilo é lançado, ele é esquecido, para que a realização do desejo não seja impedida pela ânsia do resultado.

A palavra, dita ou escrita, forma a maioria dos sigilos. É também válido experimentar codificar os desejos com aromas, gostos ou sons específicos. Sigilos podem trazer uma grande variedade de resultados, do mais abstrato ao mais mundano. De alterar conteúdo de sonhos, a reformas de comportamentos e hábitos, a arranjar consciências fortuitas.

Sigilos podem ser formados desta maneira independentemente de qualquer sistema planetário e outros símbolos, e podem ser lançados em rituais elaborados. Como um método de magia prática, ele é simples e elegante; sua efetividade pode ser descoberta através de experiência pessoal.



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7 - Dançando no fio da navalha

Duelos mágicos deliberados entre feiticeiros são geralmente considerados magia negra pelos ocidentais, enquanto combate mágico pode ser um caminho extremamente poderoso de trazer magistas aprendizes para completa operacionabilidade.
Tais testes de ginástica podem ser encontrados nos desafios de pupilos Zen sobre mestres diversos, as explorações xamânicas de Carlos Castanheda ou Lynn Andrews, e na lenda de Nimue e Merlin.

Como parte de uma iniciação, pode ser esperado que o candidato defenda um local ou objeto, apesar de todos os esforços combinados do grupo em obtê-lo. Ataques mágicos de longo alcance podem empregar impulsos telepáticos destrutivos, projeção de formas pensamento ou magia simpática (bonecos voodoo ).
Combate mágico deve ser diferenciado de ataque psíquico, no qual uma grande proporção de ocultistas se considera estar, e é amplamente um produto de auto-desilusão e degraus variáveis de megalomania.

Combates mágicos verdadeiros tem suas regras próprias e limites, que são conhecidos pelo expert, enquanto um aprendiz deve rapidamente aprende-las, se quiser evitar trauma. Preso em uma situação que ele (a) acha incompreensível e alienígena, o aprendiz apenas conhecerá confusão e terror. Despido da presunção de que “isto não pode acontecer comigo”, ele (a) aprende a perceber o ambiente com clareza, a dar atenção para os ritmos e pulsos do mundo. Verdadeiramente, Morte é uma grande professora. Se você poder alcançar além e ver o momento de morte, então aquele momento irá lhe dar um vislumbre de seu potencial. Nisto, o magista é menos um guerreiro e mais um ladrão ( Garantido, “Ladrão do Caos” não é um título tão atrativo quando ´Guerreiro do Caos´).
Prometheus é a imagem mítica apropriada - o furtador do fogo. Ninguém pode lutar com a Morte e vencer, mas ela pode ser lograda. O magista é alguém que faz cambalhotas para trás, um tolo sábio. Ninguém leva um tolo seriamente. Torne-se um tolo e deixe um rastro falso. Deixe cair a máscara de iniciado e pegue seus parceiros para a dança.

O progresso de magistas ocidentais não parece ser tão terrível como os desafios de magistas em outras culturas. Desde que tanto conhecimento possa ser comprado, a idéia de lutar contra desafios de poder soam distante. Isto não é só um glamour; situações de risco de vida ou mentalmente traumáticas podem abrir os portões de habilidade mágica de uma forma que nenhum workshop de final-de-semana ou curso de correspondência jamais poderá. Viver no limite é uma frase apropriada, como se não existisse espaço para meias medidas. Um combate mágico, se propriamente arranjado, irá forçar você a re-aprender o que você precisa, para ser capaz de fazer o que é preciso para sobreviver. Se um Magus está indo passar seu poder para outro, ele deve ter certeza de que o candidato tem as qualidades (um instinto de sobrevivência e poder de permanecer) necessárias para aceitar a responsabilidade? Que a posição requer. O objetivo de tal combate é construtivo, mas se o candidato falhar - assim deve ser.

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8 - Ritual

Durante o ritual, a rede de conceitos, símbolos e mapas mentais tornam-se vivas e a experiência direta produz uma mudança na consciência. Ritual envolve deixar de lado o mundo do dia a dia e criar uma bolha onde todas as limitações estão suspensas, e o poder da magia flui desimpedido. Um grupo bem sintonizado pode agir como um chip de silicone dentro da biosfera (nós gostamos às vezes de pensar que Gaia como sendo a Motherboard), acessando e interfaceando com outros subsistemas através dos códigos de símbolos, gnosis e imaginação, permitindo que a mudança se manifeste em todos os níveis possíveis no sistema - Desenvolvimento da Era, ritmos sazonais, desenvolvimento psíquico - Assim aqui como em todos os lugares.

O uso crescente de metáforas de computadores dentro das células Legião tem influenciado nosso estilo de ritual. Nós temos abandonado a forma tradicional, com seus formatos quase religiosos e robes monásticos. A moda corrente é jaquetão branco de laboratório, luvas e máscara negras. Isto junto com andar de robot e fundo de decoração eletrônico nós dá um estilo distinto. Garantido, Madame Satã é um ótimo laboratório Magicko. Danças podem refletir as energias espirais do universo, manifestando no DNA e outras formas. A formação de uma interface remota (MSN, Orkut, Caralho a Quatro) permite o grupo trabalhar rituais enquanto estiverem temporariamente ou espacialmente separados, se necessário.

Rituais criam Ordem do Chaos, uma esfera dentro da qual tudo (até nossos erros) é uma expressão de vontade. Quando invoca a Corrente do Chaos, alguém está identificando-se com a mudança dos Aeons, então literalmente este alguém se torna a corrente, como um lugar físico.

Armado com esta consciência, um ritual sazonal pode se tornar um poderoso foco de mudança, enquanto o pulso sazonal é direcionado tanto para dentro (mudança pessoal) quanto para fora (mudança ambiental). Tradicionalmente, estes festivais são encruzilhadas entre os mundos - e consciência das dimensões interna/externa parece ter sido amplamente esquecida pelos ocidentais, protegidos como somos dos elementos pelos nossos corpos centralmente inflamados (protegidos como somos dos elementos pelo nosso egocentrismo).

A escala na qual um ato ritual manifesta é dependente da vontade dos seus participantes - qualquer coisa desde a vidência das ondulações e movimentos do Chaos até a desfigurar a própria fábrica de espaço-tempo. O formato do trabalho é aquele em que os participantes percebem ser apropriados para o intento - invocação pode ser verbal ou estruturada pelo arranjo de sinos e congos de tons diferentes. A seqüência de danças pode ser arranjada para refletir a transformação da forma na forma, ou da energização de maquinas astrais ou circuitos. Um ritual, começa fisicamente, podendo ser re-encenada ou continuado nos sonhos.

Nós temos achado que geralmente, são os rituais estruturados que simplesmente têm o resultado mais efetivo. Vontade é o toque de pluma que pode mover montanhas.

Como com qualquer outra coisa, o ritual de outros somente será efetivo para você até um ponto - olhar para os rituais das outras pessoas como dispositivos de aprendizagem. Ritual por si só é raramente efetivo, mas quando reforçado pela Vontade/Intenção, é altamente efetivo. Entretanto a condição de mente que deve ser dominada é parar de pensar sobre se o rito será ou não efetivo. Ânsia pelo resultado deve ser substituída por uma certeza celular que uma vez que a seta do desejo tiver sido lançada, ela irá acertar o alvo. Por todos os meios, discuta a experiência, técnica e como poderá ser feito melhor da próxima vez, mas deixe o desejo/intenção desaparecer da preocupação consciente.

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9 - Armas Mágicas

"Seu corpo e mente são ferramentas preciosas" - Bene Gesserit

O suficiente tem sido escrito sobre as tradicionais armas de magia, então nós não aumentaremos a verborragia. Em geral, uma arma mágica é um foco para percepção e vontade - um veículo para energia etérea/astral (seja lá o que for). Forma física é uma consideração secundária. Uma arma é qualquer instrumento imbuído de poder. Alguns instrumentos xamânicos - bonecas, máscaras, chocalhos, tambores, etc, tem sua história própria, personalidade e carisma - eles são completamente prováveis de morder o descuidado, e são considerados pelos seus donos como semi-conscientes. O relacionamento entre tal arma e seu dono é similar àquele entre um humano e um gato. Uma verdadeira arma de poder possui a si mesmo e é perfeitamente provável que decida
quando deve ser passada para frente.

Talvez a primeira arma seja o corpo. Em combate mágico, projeção da Bio-Aura pode corromper o campo de outra pessoal, e o empurrão resultar em trauma psico-físico. Yogis orientais são reputados serem capazes de causar a morte pela aplicação de mantra yoga.
A forma que experimentamos nosso corpo tende a refletir nossa experiência de mundo - ver o corpo como uma máquina e ela é passível de se quebrar. Nós da Legião preferimos ver o corpo como um biosistema, um microcosmo da biosfera, ele mesmo um microcosmo do universo. Então o corpo torna-se uma arma para o entendimento de sistemas maiores nos quais estamos imersos.

Ao invés de sustentar que aquelas armas A, B, C e D, como necessárias antes que alguém comece a praticar magia, nós nos colocamos em nossos caminhos e deixamos que as armas se mostrem para nós. Como Don Juan diz, não existe tal coisa como um acidente para um homem de conhecimento- tudo está lá fora, esperando para ocorrer. Então, ao invés de procurar por uma arma fora de nós, ou de correr à uma loja esotérica e comprar uma, nós atraímos os instrumentos necessários para nós pelos nossos trabalhos – isto pode se manifestar através de um achado, de um presente ou apareça como uma entidade inspirada em alguma outra dimensão. Um exemplo desta última alternativa é o objeto com chifres possuído por sKaRaB, que foi inspirado a desenhá-lo durante um momento de vacuidade (assistindo TV) e horas mais tarde, viu-o no astral:

"fui dormir cerca de 01:45. Procedi a visualização da imagem do objeto num templo egípcio. Encontrei o objeto preso em uma falha no chão, de forma que estava ereto. Agarrei o objeto com minha mão direita e uma onda de energia intensa me invadiu, começando na base de minha espinha - tirando meu fôlego, mas não violentamente. Vibrei os nomes divinos do objeto (recebidos anteriormente) : Ra, Isis, Ma´at, Hatar, Sekhmet - com cada vibração, a agitação aumentava. Mudando a postura do corpo não interrompeu isto. Soltei o objeto e assumi a forma astral de Osíris sacrificado. Senti calmo, brilhante, mas cansado. Peguei o objeto novamente e senti as vibrações físicas percorrerem meu braço direito. Invoquei Hathor e disse mentalmente: Basta - Não consigo agüentar mais. A energia cessou abruptamente. Deixei a forma astral do objeto no templo.
Trabalho encerrado as 05:35."

SKaRaB nota que a montagem subseqüente do objeto físico foi uma transformação em si mesmo, embora a forma etérica e personalidade tinham sido já estabelecidos em grande extensão. Quando assistido SKaRaB e o objeto em ação, era difícil às vezes dizer quem estava segurando quem. A arma tinha conhecimento e seus próprios familiares, e poderia ainda abandonar SKaRaB e encontrar outra pessoa que pudesse efetivar seu propósito em maior precisão.

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10 - Neuromancia

Neuromancia centra toda habilidade oculta e potencial dentro do cérebro humano - possivelmente o menos compreendido e mais complexo de todos os sistemas. Todos os exercícios ocultos, de acordo com este modelo, tem algum tipo de efeito no cérebro, e também sucede que à respeito de experiências como possessão, gnosis, etc, que a raiz do evento está ocorrendo no nível neurológico.

Então o objetivo de qualquer psicotecnologia é destravar os poderes do cérebro humano. Nós acreditamos que a adaptação evolucionária da humanidade é um contínuo desenvolvimento da consciência, e o lugar onde todos os vetores se encontram é expressado, na forma física, como o biosistema individual.

De todas as técnicas de neuromancia, o recurso à Quimiognosis é o mais difundido através das culturas, e particularmente no hemisfério ocidental, o que mais causa controvérsia. Apenas aqueles que tenham recebido treinamento médico, e que pode conseqüentemente dizer de uma posição de autoridade que eles não conhecem como o cérebro trabalha, são autorizados a mexer com isto - através de ECT, cirurgia e o bom e velho cassetete químico. Enquanto é fácil para aqueles cães de guarda impor suas vontades sobre o cérebro de outros, é bem outra coisa para as pessoas não qualificadas tentarem consigo mesmas.

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11 - Tecno-shamanismo

Porque usar uma bola de crista? Tente uma televisão fora de estação - vem de graça um fundo intermitente e ruidos!

Recupere o descarte de outras pessoas e use-os para produzir objetos mágicos. Talismãs feitos de colagens e foto-montagens, pedaços de latas e partes de rádios velhos.

Invoque os fetiches da era moderna, canalize as identidades corporativas da Coca-Cola ou Windows. O que nós chamamos feitiçaria, eles chamam publicidade.

Rituais para Parar a cidade, furtos de loja, batidas de carro ou zerar computadores são muito mais divertidas do que as coisas usuais. Veja se você consegue conjurar um poltergeist para baixar (Download) o terror (vírus) no seu local de trabalho.

Experimente com transmissões de notícias de rádio falsas. Faça fitas de áudio anunciando maluquices e toque-as sem alarde em lotadas estações de trem ou ônibus. Veja as pessoas pensando:”Eu realmente ouvi aquilo?” E curta a suspensão momentânea da realidade para conseguir fazer alguma feitiçaria espontânea! Talvez nós precisemos de uma revolução de feiticeiros?

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12 - Dance e se dane!

Nós somos magia. Isto não é uma ostentação, nós não encontramos "Legião é magia!" colocados em pontos de ônibus - mas magia não é algo que fazemos, ou algo em que estamos dentro, é o que decidimos ser. Mas nossa magia não é algo que sentimos distante e que fazemos depois do trabalho, em finais de semana, ou uma vez por semana quando o grupo se encontra - diabos, o melhor trabalho de grupo que fazemos é quando estamos separados! Magia nós vivemos, comemos, respiramos e cagamos! Este livro é uma breve pausa no vídeo - uma pausa momentânea para nós. Quando você estiver lendo isso, nós já teremos partido, no curso de colisão com nossos futuros.

Escreva o seu Livro de Magia do Chaos.
Porque comprar livros de Magia do Chaos quando você pode escrever o seu próprio?! É simples, tudo que você precisa é um monte de papel, canetas, cola, e a substância alteradora de consciência de sua preferência. Vá até a livraria e escolha livros aleatoriamente, colete uma pilha de revistas de lugares onde você puder obtê-las gratuitamente. Grave pedaços das conversas de outras pessoas. Junte todas estas coisas e coloque no chão em uma pilha. Tome o sacramento (Cervejas), espalhe a pilha de coisas no chão e comece a cortar os pedaços (não faça isso com os livros) em clippings. Quando você alcançar gnosis ou encher o saco disto, varra tudo para uma caixa de papelão.
Não esqueça de inserir a palavra “Chãos” no texto a cada duas ou três frases. E próxima semana nós estaremos mostrando para você como fazer a capa para contar tudo isto, um tema musical legal... créditos.

Este é usualmente o estágio em todo volume de Magia do Chaos onde os autores começam os insultos e diarréia verbais e começam a encher lingüiça com exemplos de rituais, feitiços, novos sistemas de adivinhação ou equações. Então sem mais alvoroço nós apresentamos o ritual de banimento Legião : "FODAM-SE SEUS BASTARDOS!"

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13 - Entropolítica

Não existe tirania no estado de confusão´... A mídia age para censurar a informação. Toda mídia em rede é programada para dar a ilusão de liberdade de expressão e multiplicidade de opções.
Manipulação política da media está tornando-se possessora... quem se importa?

E sobre as assim chamadas revistas de ocultismo underground? Elas tendem a ser produtos de indivíduos, ordens ou grupos, e provêem uma rede essencial para passar informações - ou para injetar uma dose saudável de desinformação. Nós tendemos a julgar um grupo oculto pela base das informações circulantes sobre ele. Tais julgamentos são no mínimo tênues. No passar dos últimos anos, nós temos visto o debate Caoístas x Cabalistas, o ´Bitchcraft´ da Wicca, e as numerosas facções OTO todas tomando suas posições.
Embora exista muita discussão sobre as Correntes do Chaos, a mais poderosa corrente é aquele som das caixas eletrônicas registrando mais uma venda... ´ring!´ Magia do Chaos já está morta, e o único debate atual entre os abutres é sobre quem fica com os maiores ossos. Então volte às suas câmaras caóticas, esferas, politrapezóides e desapareça sobre suas ondas de vácuo. Surfe as ondas do Chãos!

Sem dúvida existem tentativas de classificar Legião entre as facções deste quebra-cabeças. Bem justo, mas nós gostamos de todo mundo. Nós gostamos da OTO, ONA, IOT, OS, OTOA, BOTA, SOL, OCS. Nós também gostamos das pessoas que mantém posição (em grande extensão) e nós gostar de ... (insira um grupo de sua escolha).
Magia do Chaos tem sido a onda deste Aeon. Relativamente boa grana nas arrebentações da mídia ocultista. Alguns dizem que ela fez pela magia o que o punk fez pelo cenário musical. O que sucederá então... Nova Re-magia?

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14 – Legião Nacy

Quando você estiver lendo isto nós não estaremos mais em Legião. Nós não somos uma ordem no senso comumente aceito. Apikorsus é a palavra grega para céptico.

Minhas arvores carregam um estranho fruto: dividam e repartam de mesma forma. -- Eris, ´the Stupid Book.´

T.T.F.N:
Fra. Tawuse Melek - 777
com agradecimentos aos sócios Marcos e Denis pelas risadas insanas e Cervejas geladas.

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15 - A maldição do Black Djinn

Autor: Hakim Bey (copiado da NOX 4/Chaos Magazine)

Como invocar uma maldição terrível em uma instituição maligna.

Mande um pacote para a instituição contendo uma garrafa, com rolha selada por uma cera negra. Dentro da garrafa: insetos mortos, escorpiões, lagartos e semelhantes. Uma sacola contendo sujeira de jardim junto com outras substâncias nocivas; um ovo perfurado com pregos e alfinetes, e um pergaminho no qual esteja desenhado este yantra ou veve.

Isto invoca o Black Djinn, a sombra negra.

Uma nota junto com o pacote pode explicar que esta maldição é contra a instituição, não contra pessoas. Mas a não ser que a instituição por si mesma cesse de ser maligna, a maldição, como um espelho, começará a infectar as propriedades com uma infecciosa fortuna - um miasma de negatividade.

Prepare uma matéria de imprensa explicando a maldição e dando crédito pela mesma à alguma sociedade fictícia. Mande cópia para todos os empregados na instituição e na mídia selecionada. Na noite anterior à chegada destes, cole cópias do emblema (yantra)
do Black Djinn nas propriedades da instituição, onde elas sejam vistas pelos empregados quando estes chegarem para o trabalho de manhã.

"Aquilo que nos oprime deve de alguma forma ser destruído; Todas formas de vingança mágica são miradas para o extermínio, através de qualquer meio específico, do opressor. Se for muito difícil de ascender acima, golpeio embaixo!" - Stephen Sennit, NOX.

sábado, 18 de outubro de 2008

Amor & Dor = Eternidade


O que sou? Um advinho? Um tolo? Um sonhador? Bebado? Uma Música da Meia-Noite? Uma gota de Orvalho, um vapor e um perfume de eternidade. Não ouviram??? Não sentiram o aroma??? Meu mundo acaba de se consumar, meia-noite é também meio-dia. A Dor é também Amor, a Maldição é também Benção, a Noite é também um Sol. Vai embora ou aprenda: Um sábio é também um parvo! Disse sim ao Amor? Meu amigo, então disse sim também à Dor. Todas as coisas estão encadeadas, enoveladas, enamoradas. Quiseste uma, duas vezes, falou alguma vez "Eu te Amo?"


Vem, instante!


Então quiseste tudo e todo e novamente. Tudo de novo, o Todo eternamente, tudo encadeado, enovelado, enamorado, então nós amamos o mundo!

Nós, Eternos, amamos eternamente e a todo o tempo. E também para a Dor falamos: "Vá embora, mas retorne." Pois todo Amor e Dor quer - Eternidade! Todo Amor e Dor quer, de todas as coisas, a eternidade, quer mel, quer bêbada meia-noite, quer covas, quer o consolo das lágrimas das covas, quer o dourado acaso. O que o Amor não quer? Ele é sequioso, tem o prazer, é mais faminto, é mais pavoroso, mais secreto que toda Dor, ele se quer e morre em si. Ele quer prazer, ele quer ódio, ele é riquíssimo, dá, atira fora, mendiga que alguém o tome, agradece ao que o toma, ele quer ser odiado e é morto por aquele que ele ama. Tão rico é o Amor, que tem sede de Dor, de Inferno, De Ódio, de Injúria, de Aleijo, de Mundo! Mundo... Este nós conhecemos! Psiconautas! Por nós ele anseia, o Amor irrefreado, Venturoso! Por nossa Dor, Malogrados! Ansiamos o Amor. Ansiamos a Dor. Ansiamos a Potência Eterna! Todo Amor quer a si próprio. Por isso quer também o sofrimento de coração. Felicidade & Dor. O Amor quer de todas as coisas a Eternidade! Que profunda...Profunda Eternidade!

sábado, 27 de setembro de 2008

Chaos!

Wow!!!
Talvez o fato de nunca ter sperança de algo que se deseje, tenha feito tudo rumar para onde está.. Talvez não....
Porém, nunca sonhei estar onde estou.. Nunca almegei alcançar o que alcancei...Nunca imaginei conquistar o que conquistei... Nunca desejei isso e alcancei!!!!!
Não posso dizer que estou feliz.. Felicidade é algo talvez ainda não compreendido por mim, mas com certeza, estremamente realizado!!!
Apenas falta um ponto para ser estripado dentro de mim....
Aí, alcanço o patamar que desejo....
Sem retrocesso, sem limites, sem sentimentos, sem remorsos...
Nunca consegui achar o que eu necessitava, pq eu talvez nunca havia necessitado de fato...
Agora percebo como são os caminhos que existem na minha frente....

São tão negros e doces...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

(Hora do Delírio)

Se além dos mundos esse inferno existe,
Essa pátria de horrores,
Onde habitam os tétricos tormentos,
As inefáveis dores;
Se ali se sente o que jamais na vida
O desespero inspira:
Se o suplício maior, que a mente finge,
A mente ali respira;
Se é de compacta, de infinita brasa
O solo que se pisa:
Se é fogo, e fumo, e súlfur, e terrores
Tudo que ali se visa;
Se ali se goza um gênero inaudito
De sensações terríveis;
Se ali se encontra esse real de dores
Na vida não possíveis;
Se é verdade esse quadro que imaginamAs seitas dos cristãos;
Se esses demônios, anjos maus, ou fúrias,
Não são uns erros vãos
Eu - que tenho provado neste mundo
As sensações possíveis;
Que tenho ido da afecção mais terna
Às penas mais incríveis;
Eu - que tenho pisado o colo altivo
De vária e muita dor;
Que tenho sempre das batalhas dela
Surgido vencedor;
Eu - que tenho arrostado imensas mortes,
E que pareço eterno;
Eu quero de uma vez morrer para sempre,
Entrar por fim no inferno!
Eu quero ver se encontro ali no abismo
Um tormento incrível:- Desses que achá-los nas existência toda
Jamais será possível!
Eu quero ver se encontro alguns suplícios,
Que o coração me domem;
Quero lhe ouvir esta palavra incógnita:- "Chora por fim, - que és homem!"
Que, de arrostar as dores desta vida,
Quase pareço eterno!
Estou cansado de vencer o mundo,
Quero vencer o inferno!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Sincronicidade

"'Não consigo acreditar', disse Alice. 'Não consegue?' disse a Rainha...
'Tente de novo; respire fundo, e feche os olhos.' Alice riu. 'Não adianta tentar,' ela disse; 'Não se pode acreditar em coisas impossíveis.' 'Eu diria que você não praticou o bastante,' disse a Rainha. 'Quando eu tinha sua idade, eu sempre fazia isto por meia hora por dia. Algumas vezes eu já tinha acreditado em até seis coisas impossíveis antes do café."
Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas

"Um evento particular pode ser infinitesimalmente provável, mas a probabilidade é sempre maior do que zero."
Isaac Asimov, Fundação II

"Cada decisão é como um assassinato, e nossa marcha em frente se dá sobre todos os corpos natimortos de nossos irmãos gêmeos que nunca serão."
Rene Dubois (adaptado)

"A realidade humana é feita de milhares de vulgaridades."
C.G. Jung, Return to the Simple Life

"Acho que minha visão está melhorando. Antes só conseguia ver uma névoa negra, agora posso ver uma névoa luminosa."
Han solo, Empire Strikes Back

Qualquer fato banal pode encontrar significados epopéicos. Essa simples afirmação é o fundamento de todo o poder, visto que quem consegue perceber "um mundo num grão de areia" se torna onipotente.
Porém, em estados convencionais de consciência, sendo soterrados pelos estados deploráveis das expectativas de uma pessoa "comum", as pessoas tendem a diminuir a grandiosidade de seus significados. Sofrem de uma baixa auto-estima contagiosa, vivem preocupados com contas, o supermercado da semana ou mesmo problemas familiares. E assim mesmo, não dão força dramática a essas "energias negativas", não as transformam em "mito pessoal", mesmo porque isso seria muito doloroso.
Preferem andar anestesiadas.

.'.

Existe um grupo de pessoas que vivem um conto de fadas. A única diferença entre elas e loucos felizes e internados, é que sabem representar.
Essas pessoas vivem dramas de amplitude enorme, mas também recebem glórias maiores do que qualquer macaco pelado conseguiria imaginar. São heróis de histórias emocionantes, não protagonistas dos diários de uma solteirona frígida.
Vivem sob augúrios sutis, presságios contidos, fases lunares. A visão não precisa ser "mística", apenas existir. Basta não virar os olhos, não procurar esquecer, não ter medo de dor ou prazer, não estar dentro de uma redoma, seja racional, emocional ou moral, cultural e mesmo pessoal.
Basta olhar os erros e acertos, sentir o estômago, o ar, os olhares, as estrelas, gatos pretos, moedas girando, coceiras na nuca, batidas, pássaros, sonhos, borboletas e morcegos: tudo que se saliente, tudo que esteja vivo. E tudo está vivo. Basta querer ver.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Eu sou a droga

"A beleza deve ser convulsiva ou não será beleza..."
Andre Breton, Nadja

"Acredite-me! O segredo de colher o mais frutífero e maior aproveitamento da vida é viver perigosamente!"
Nietzsche

"Existem períodos em que você tem que escolher entre ser humano e ter bom
gosto."
Bertolt Brecht

"Você conhece o 11o Mandamento? Ele diz: 'Não deveis chatear a deus, ou ele destruirá vosso universo.'"
John Lilly

"Temos arte de forma a não morrermos através da verdade."
Friedrich Nietzsche

"Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes - tudo passa. Só a arte fica, por isso só a arte vê-se, porque dura."
Fernando Pessoa

Por uma peculiar espiral de pensamentos transitava o jovem Salvador Dali
naquela manhã em que viu várias formigas carregando um gafanhoto morto. Este fato assustou sobremaneira o menino, por alguma razão inexplicável.
Um dia chegou em que Dali resolveu exorcizar o gafanhoto na tela e tornou-se um artista. O Gafanhoto ficou abalado pela sua exposição na mídia, afinal era um sujeito responsável e não queria ser retratado como ícone dos complexos freudianos que algum artista de terceira carregava. Humpf! Tinha que tomar alguma atitude.
"Infelizmente uma metáfora não pode processar ninguém." Afirmou Plínio, que não havia ainda se acostumado a viver em um conto surrealista. "Consulte as formigas e talvez possamos fazer alguma coisa."
As formigas não queriam ajudar. Elas se sentiram lisonjeadas pela própria
interpretação que fizeram da obra de Dali: "Algumas de nós juntas
representam um pensamento, como se cada uma de nós fosse uma célula nervosa.
É lindo!"
"Blah!" disse o Gafanhoto, só então se dando conta da galinha que o
devoraria. Olhou para a bocarra se aproximando e falou, rápido: "Mas eu sou famoso! Dali fez meu retrato!", ao que foi devorado. A galinha disse, com um certo ar de sapiência que fica obviamente deslocado nesta espécie de animal emplumado que não voa: "O gafanhoto está sempre errado ao argumentar com a galinha."
As formigas sacudiram a cabeça e voltaram à masturbação que chamavam
"pensar".
.'.
Num desses universos paralelos ocorreu o encontro entre Janis Joplin, Jimi
Hendrix e Jim Morrison. Eles passaram pelo mendigo, que berrou "Nuit! Hadit!
Ra-Hoor-Khuit!" e se colocou a fazer um discurso perante os três, que
acharam a "mó'curtição":
"Meu nome é Anaximandros. Sou um alquimista. Me ouçam: o elixir da longa
vida está sendo preparado. Estará disponível para todos em algum momento.
Não se apressem: A morte é o suave estalo do vinil que toca [nossos
ancestrais gravavam som transformando as vibrações do ar em vibrações
mecânicas registradas em uma ranhura contínua em um disco de plástico
posteriormente esta ranhura era percorrida por uma agulha que com a ajuda de um sistema eletrônico de amplificação - nos modelos mais modernos -,
retransformava a ranhura irregular em som; freqüentemente essas ranhuras
eram interrompidas por microfissuras, que produziam estalos ao serem
tocadas]. Em pouco tempo as mídias eletrônicas vão alterar a consciência da mesma forma que os psicodélicos. Ya know... a mudança de marcha das
informações altera a rotação no motor da mente, all this shit... As pessoas vão ficar loucas no deserto, esperando um novo camelo... Então a urbe será um deserto... ahh... a loucura que a sociedade romana encontrou em seu declínio... burp, crouch, nhéc, nhéc, tsssssssssss... Depois reciclar. Em pouco tempo tudo isto em um dia. E então em uma hora. Veremos então a Besta da Revelação e todas as histórias da carochinha pela Internet, TV digital, o escambau. Vidas serão vividas em minutos do pensamento de uma pessoa em uma cidade grande. Países inteiros serão condenadas pelo caos decorrente...
cuidado com as bolsas de valores... Em vinte três anos vocês serão chamados de Dinossauros! Programadores Cobol serão considerados tal qual camponeses medievais escrevendo em latim errado! Psicólogos estudarão porque certas pessoas não conseguem usar computadores! Ratos fluorescentes existirão! As próprias previsões do futuro serão ultrapassadas ainda neste século. A imortalidade virá num tempo confuso onde o poder vai ser muito fluido."
"Wow!" disse Janis, arrematando com um talagasso de Southern Confort. Jimi e Jim pegaram o cara e pagaram um café para ele. A noite foi legal, com muita Marijuana e poucas drogas pesadas. Foram ao "Scene", onde contaram muitas piadas e tocaram alguns Blues. Jim bebeu demais e capotou. O mendigo começou a cantar velhas canções irlandesas. Com o bom gosto de quem incorpora a língua de Joyce ao beber capotou também.
Algumas semanas depois os três tinham boas lembranças da noite que haviam
passado com um mendigo alquimista. O olhar do mendigo foi lembrado no dia da morte de cada um [em uma outra realidade o mesmo mendigo entregaria um
folheto "O FBI e a CIA assassinaram Jim Morrison, Jimi Hendrix e Janis
Joplin" para um moleque chamado Roger; ele ainda hoje não sabe se isso foi um fnord ou não].
.'.
"Estes pequenos animaizinhos frenéticos parecem os pensamentos, estes sempre ávidos por soluções, aqueles por alimento. O gafanhoto, sempre errado ao argumentar com a galinha, é um complexo." Disse Gala, a Salvador Dali, que não aceitava interpretação, mas que se mantinha frio. Afinal ele era senhor de todos estes elementos pictóricos que manipulava. Ou achava que era. Esta luta representava a dimensão de seu gênio. Congelamos essa imagem em preto e branco e Camille Paglia adentra a cena, em cores:
"A paranóia é um elemento belo independentemente de ser mórbido. Ela
representa o medo que temos de nos entregar para o que quer que rotulemos
realidade. Como se pode perceber, é um elemento de aprisionamento erótico:
medo por outro elogia. É o medo intelectual, ou o medo da castração.
Exorcizar a paranóia na tela deve ajudar muito o desempenho sexual. Tocar
guitarra é o ápice da masturbação glorificada na arte. Toda arte tem
elementos de masturbação e paranóia.
A crítica é a castração. Ela filtra os impulsos que não correspondem as
expectativas. As exigências são a voz do mundo, o impulso é a libido. Por
aqui se entende que se você quer diminuir realmente alguém, diminua seu
impulso criativo, sexual e expontâneo. Uma pessoa castrada não exprime.
O segredo de Dali era saber balançar tão bem a arte e o significado - ou a falta proposital deste. Desta forma rotulou seu método de paranóia-crítica, que direcionava o jato da expressão arquetípica e apessoal do autor através da rede de uma psique individual. Ao ver um quadro Dali se percebe que não só a Arte, mas o Homem eram geniais e interessantes, coisa que se pode comprovar com uma foto qualquer de Dali.
Este é o desejo de qualquer artista: aparecer, seja através da obra ou da
personalidade.
Dizem que Oscar Wilde era ainda mais espirituoso em suas conversas do que em seus livros. Ele utilizava o mecanismo que o incomodava, a moral, como um artista plástico usaria um pincel. Esta é uma das razões pelas quais
percebemos ainda hoje suas tiradas: elas formam uma teia de pequenas
neuroses e complexos referentes ao uso que se faz da moral. Elas ficam
gritando pequenas incongruências a respeito da sociedade ao nosso ouvido
[alguns chamariam de Fnords].
.'.
Não se assustem ao perceberem que o xamanismo trabalha também no lado
inconsciente do trabalho artístico. Expressar a si mesmo é tarefa básica do artista, em todo caso xamã. Por isto tratar com a moral os aspectos do
xamanismo é como limitar a arte ao conceito. A expressão deve estar acima do que o artista conscientemente quer, que dirá do que outro quer.
Isto é mais fácil em algumas artes do que em outras. Em alguns casos, como em livros, o xamã está restrito a carregar no mínimo alguns conceitos, quiçá teorias completas da criação do mundo. É peculiaridade do fato de escrever que criemos sons, palavras, idéias e mundos, mesmo na escrita mais abstrata.
Criticar o conceito de algum escritor é vão. Mas criticar a técnica
exagerada de um músico talvez não seja, pois se tornou comum a castração da expressão em detrimento de uma técnica precisa necessária para algum
compositor particular. Algumas músicas precisam de cultura musical para
serem totalmente apreciadas, outras carecem de complexidade (sempre gerada por extrema paranóia do tipo obsessiva) mas carregam a complexidade do caos, talvez gerado pela expressão inconsciente.
Argumentar em sexo e arte é sempre errado, a Galinha sempre come o
gafanhoto, roqueiros morrem de overdose e as causas e conseqüências na
verdade sempre são caóticas. O artista supera um abismo quando sabe que sua obra é aceita. O sucesso depende apenas da energia sexual.
.'.
Mas no final tudo isto talvez não passe de crítica... ou paranóia. Quem dera todos fossemos como Oscar Wilde ou Dali, não? Imagino o que seria o Dali de um mundo onde todos fossem Dali...

sábado, 22 de março de 2008

O Chaoismo!


Uma Introdução à
Magia do Caos
por Adrian Savage


Caos — a ausência de forma e ordem. Acima de qualquer outra palavra, o caos assombra o homem ocidental. Enche sua mente com visões de marés encontrando-se com rios, homens dando luz à rãs, peixes voando através de grossas nuvens. É o cerne inominado de todas as histórias de terror — o inesperado, o imprevisível, o incontrolável, o anárquico — Caos.

O homem ocidental, desde os primórdios de sua história, tem procurado derrotar um dos mais implacáveis de seus inimigos — o Caos. Procurou, por gestos e palavras , domar os desejos caóticos e arbitrários de seus primeiros Deuses. Criou a imagem de uma divindade toda poderosa, que não apenas trouxe ordem do nada, mas é a ausência da lei. Escolheu inumeráveis tiranos, preferindo a perda de sua própria alma à visão de cães correndo desenfreadamente em suas ruas. Examinou o mundo a sua volta, desejando encontrar leis inflexíveis. Quase destruiu as condições originais de seu planeta — os processos reais que tornam sua vida possível — de modo a controlar cada faceta de sua existência, freqüentemente sacrificando seus mais profundos instintos no altar de sua necessidade, por estabilidade. E, onde não podia encontrar ou impor ordem, delineou mitos, dogmas, especulações filosóficas difíceis de serem entendidas , fórmulas ocultas e teorias científicas estéreis, assassinando qualquer um que ousasse questionar tais fantasias — tudo para negar o terror que sente quando confrontado com o que não podem entender.

Do passado mais sombrio até hoje, a imagem do sábio, para aqueles homens, tem sido a de alguém que sabe a lei secreta escondida por debaixo do aparente mundo arbitrário a sua volta. Sua visão do mago tem sido a de alguém que poderia explorar aquela lei para subjugar, à sua vontade, o mutável evento da vida.

Do final dos anos 60 até o presente, contudo, vozes partindo da Inglaterra — o menos caótico dos países, lar de jardins bem tratados, chá das quatro, e de um sistema de classes que fixa o lugar de cada pessoa desde seu primeiro suspiro — proclamou o Caos como a única realidade, a verdadeira fonte de toda Magia. Irados, às vezes de forma estridente, esbravejam ameaças aos que proclamam a busca pela ordem divina. Eles veneram aquele que é omais antigo de seus inimigos — o Caos.

Para entender esta rebelião, devemos, primeiramente, explorar as tradições que a originaram. Já que nesta obra não podemos examinar a totalidade do pensamento ocultista, teremos que nos limitar às fontes mais relevantes a Magia do Caos.

Comecemos pela Europa Medieval. Foi durante este período que três ramos do ocultismo desenvolveram aquilo que ainda influencia o pensamento mágico ocidental — a Wicca, o Satanismo e a Magia Cerimonial.

Dos três o Satanismo é o mais fácil de examinar — e descartar. Face ao contínuo interesse da Igreja sobre o assunto, o Satanismo é o mais cuidadosamente registrado, e melhor pesquisado, dos três ramos. Seus conceitos básicos são, também, os mais simples: inversão completa das crenças cristãs. O Satanista realiza a Missa Latina às avessas, zombando dela. Exaltam a ganância ao invés da caridade, a revolta ao invés do perdão. Da mesma forma que o cristão vê o Cristo como um salvador pessoal, que recompensará com uma eternidade de bem—aventurança depois da morte, uma vida de despojamento servil, o Satanista vê o Diabo — quem , à propósito, o cristão identifica como sendo o inimigo da ordem divina, o Caos encarnado — como um salvador pessoal que o recompensará com o poder material e riquezas para deflorar a mulher de seu vizinho. Em ambos os casos, o objeto de veneração é visto como um mestre externo cuja vontade deve ser obedecida. Ao contrário da Wicca e da Magia Cerimonial , o Satanismo parece ter mudado pouco desde o dia de seu nascimento. Do início até o presente, sua corrente mais forte tem sido um clamor contra a moralidade sexual antinatural defendida pela cristandade. Na Idade Média, deve ter sido uma extrema e, certamente, perigosa forma de terapia para problemas sexuais. Nos anos precedentes, parece uma desculpa para reuniões e, talvez, um modo dos menos fisicamente atrativos de ganhar um número maior de parceiras sexuais. Assim que a Igreja parou de queimar seus defensores, o Satanismo teve uma postura de chocar o mais socialmente convencional. Isto é especialmente verdadeiro hoje, quando o Satanismo é o slogan de inúmeras bandas de Rock — um emblema para ofender os pais de adolescentes, agitar os seus já super—ativos hormônios, e acrescentar ilusão da realidade a gritos estridente e barulho infernal.

Ao contrário do Satanismo, até recentemente, a Magia Cerimonial não tem se apresentado como uma rebelião contra o cristianismo. Os Cerimonialistas judaico-cristão têm sido, de fato, cuidadosos em evitar qualquer coisa que a Igreja pudesse considerar herético. Freqüentemente eram homens devotados que sentiram que estavam explorando os mistérios mais profundos da fé cristã. Em seus rituais, invocavam a proteção do Deus dos Judeus e dos Cristãos e a ajuda dos arcanjos e anjos do panteão judaico-cristão. Se tivessem que evocar demônios, o faziam em nome do Senhor e somente chamavam aqueles diabos que Deus tinha ligado ao serviço da humanidade. Nunca foram perseguidos pela Igreja. Havia e há um forte preconceito de classe e sexual na Magia Cerimonial — seus praticantes têm sido tradicionalmente homens aristocratas. Esta tendência permeou todos os setores. Seus rituais eram destinados a entidades masculinas; eram longos, viáveis somente para os que tinham tempo disponível; eram na maioria das vezes em grego e latim e envolviam conhecimento de geometria e matemática, marcas da classe erudita, e requeriam túnicas garbosas e instrumentos que somente o rico podia sustentar. O mais sugestivo de sua tendência de classe era sua curiosa orientação científica. Como um cientista, os Cerimonialistas acreditavam que o efeito desejado só poderia ser atingido pelo uso dos instrumentos apropriados, no procedimento apropriado — qualquer desvio trazia o fracasso. Como o cientista — que sempre eram, diga—se de passagem — o Cerimonialista procurava conhecimento. Tendo pouca necessidade material, sempre procurava os segredos do Universo visível e do invisível, puramente pelo conhecimento. Apesar do Cerimonialista, na maioria das vezes, trabalhar sozinho, freqüentemente aprendia sua arte em uma Loja — ascendendo através de graus, guardando os ensinamentos secretos de sua própria estação, enquanto obedecia a seus superiores na esperança de eventual promoção. A estrutura hierárquica da Loja tinha um paralelo com a visão do Universo do Cerimonialista, todo grau representando um plano claramente definido que teria de ser completamente examinado e dominado.

Apesar de ter retido muito de sua tendência — Lojas, equipamento caro, visão hierárquica do Universo — ao contrário do Satanismo, a Magia Cerimonial evoluiu e modificou—se. Os agentes dessa mudança foram a Ordem Hermética da Golden Dawn e seu mais conhecido membro Aleister Crowley. A primeira mudança veio em relação às entidades as quais se dirigiam. Enquanto mantinham as hostes judaico-cristãs, a Golden Dawn também se dirigia a deuses do panteão egípcio e greco-romano, sempre trajando túnicas e adornos sugestivos das deidades invocadas. Depois que Crowley seguiu por conta própria, continuou a dirigir-se a antigos deuses. Mais adiante, ele negou a existência de um poderoso Ente Supremo no topo da hierarquia universal. Proclamou que o objetivo do Mago era "alcançar o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião", satisfação de "verdadeira vontade", e a realização da própria divindade. Apesar de alguns magos terem sido influenciados pela própria obra de Carl Jung, que considerava todos os deuses como imagens arquetípicas projetados por um inconsciente coletivo, e por filosofia orientais, as quais mencionaremos mais adiante; outros teriam começado a tomar uma abordagem mais psicológica de seus trabalhos. Existe pouca dúvida de que Crowley acreditasse que o Sagrado Anjo Guardião fosse uma entidade externa à própria pessoa, uma das inúmeras inteligências operando de outras dimensões da existência. Para Crowley, a realização da divindade do mago não significa sua absorção no absoluto, significava a realização de sua linha de evolução individual. Incansavelmente, Crowley trabalhou — escrevendo novos rituais em Inglês, encontrando a Astrum Argentum e reestruturando a Ordo Templi Orientalis, adaptando conceitos orientais, sintetizando as várias tradições mágicas — Grega, Egípcia, Hermética, Cabalística e Maçônica — em um novo sistema, o qual publicou em infindáveis livros. À parte de trazer a Magia de volta aos olhos do público, a maior contribuição de Crowley foi sua franca admissão da verdadeira fonte do poder mágico — a energia sexual. Tendo proclamado abertamente o segredo, revelou ao escrivão o que se segue: reconhecendo o uso de drogas e indulgências orgiásticas para facilitar a entrada em estados alterados de consciência; desposando Thelema, a filosofia da absoluta liberdade pessoal (ou abuso de liberdade, como seus críticos o acusaram) e intitulando-se a "Besta 666", Crowley empenhou-se em chocar. Ao fazê-lo, ficou exposto a desnecessários mal entendidos e, em muitas esferas, foi estigmatizado como um Praticante Negro. A despeito de sua diabólica reputação, e não obstante a existência de idéias norteadas por uma tradição judaico - cristã - notadamente aquelas de Dion Fortune e Israel Regardie, ambos cabalistas — Crowley é amplamente considerado a fonte da qual flui toda Magia Cerimonial Moderna.

A Wicca, o terceiro ramo, é talvez a mais difícil de se descrever . Sem proporcionar desmedidos créditos a seus precursores medievais que a associavam com o Satanismo, os trabalhos de Margaret Murray, que levou em conta a religião do homem pré-histórico, e as geralmente auto-louvadas "tradições" de seus adeptos modernos, quase nada pode ser dito sobre seu passado. poucas coisas , entretanto, parecem , de pronto, notórias — a mais importante é que sob todos os aspectos a adepta da Wicca permaneceu em contraste com mo Mago Cerimonialista. Primeiro, e principalmente, a adepta da Wicca praticava uma religião oposta à cristandade, sem dúvida uma continuação das antigas crenças regionais, apesar de ser difícil dizer com certeza o que estas crenças eram. Por causa de sua rejeição do Cristo as Wicca eram assassinadas pela Igreja. Em uma era onde a Igreja e os Estado eram um, a tolerância religiosa era considerada o portão para a anarquia. Onde o Cerimonialista medieval era um homem aristocrático da cidade, o adepto da Wicca era sempre um camponês e, sobretudo, uma mulher; onde o Cerimonialista praticava sozinho, realizando complicados rituais em latim e grego, convocando Anjos e Demônios para ensiná-los os mistérios do Universo, as adeptas da Wicca comumente celebravam os fenômenos das mudanças das estações, entoando rimas simples de modo a assegurar melhor colheita ou um companheiro. O Cerimonialista praticava a mística "arte", a adepta da Wicca praticava "o ofício". Muitas destas diferenças continuam até os nossos dias. A moderna adepta da Wicca ainda trabalha numa convenção e, ainda que viva em um apartamento urbano e não tenha conhecimento de agricultura, ela ainda celebra a precessão das estações, entoando em verso para qualquer coisa que possa precisar. É difícil dizer onde a moderna Wicca difere de suas raízes medievais — bruxas hereditárias, descendentes das Wicca que sobreviveram aos "tempos das fogueiras", são incrivelmente reservadas sobre as crenças e práticas herdaram de seus ancestrais. Mesmo se elas não fossem, seria impossível dizer a quantidade de idéias originais que foram destorcidas, acrescentadas, e subtraídas, pois foram transmitidas de geração em geração. Portanto, é também impossível dizer quanto Gerald Gardner — o pai da Wicca moderna — preservou do passado e quanto, apesar de afirmar o contrário, ele realmente criou. Qualquer que seja o caso, da mesma forma que a maioria da moderna Magia Cerimonial flui de Crowley, a Wicca origina-se de Gardner. Ainda que os rituais de Gardner estejam repletos de simbolismo agrícola e, por extensão, aos praticados pelas modernas adeptas da Wicca, a maioria deles parece tanto com versões rimadas e simplificadas dos ritos Cerimonialistas, que existem rumores que atribuem a sua verdadeira autoria ao bom amigo de Gardner, Aleister Crowley. Ao contrário do Cerimonialista, contudo, o que distingue a Wicca moderna é o seu inexorável feminismo. As adeptas da Wicca veneram um Ente Supremo dual — um Deus, muitas vezes identificadas com o Sol, Marte, Pã ou Hórus, e uma Deusa, muitas vezes identificadas com a Lua, a Terra, Vênus ou Ísis. Sob todos os aspectos, a Deusa é considerada a dominante. Dá nascimento ao Deus, que é seu filho e consorte. É considerada eterna, enquanto o Deus sofre contínuas mortes e nascimentos, simbolizados pela marcha das estações. As fases da Deusa Lunar — crescente, cheia e minguante — são identificadas com as três fases do ciclo de vida da mulher — virgem, mãe, idosa. As idéias básicas são elaboradas numa variedade de aspectos. As mulheres são sempre consideradas mais sábias, mais fisicamente poderosas, e mais espiritualmente desenvolvidas que os homens e, apesar dos rituais das Wicca serem realizados por um sacerdote e uma sacerdotisa, a sacerdotisa sempre detém a autoridade absoluta. O sacerdote é sempre seu servo. Um observador versado em psicologia pode detectar nos rituais das Wicca uma sutil forma de sadismo feminino e masoquismo masculino. Muitas das Wicca advogam o Matriarcado — um sistema no qual a mulher detém , em última instância, o poder político. Ao contrário dos Cerimonialistas, que tendem a regular seus rituais de acordo com intrincados cálculos astrológicos, as Wicca realizam sua Magia segundo as fases da Lua — trabalhos de expansão são iniciados durante a Lua Nova, e culminam durante a Lua Cheia; trabalhos de contrição são feitos ao inverso. Identificando a Terra com a Deusa e procurando manter-se perto de suas raízes agrícolas, a Wicca moderna é muito interessada pela Ecologia. A Wicca hoje é altamente consciente de sua imagem, sempre jogando abaixo sua popular associação com maldições e orgias. Muitos trabalhos são feitos para o fortalecimento psíquico. Seu feminismo e preocupação com a opinião pública lhe dá uma única atitude perante o sexo — por outro lado, sua pretensa descendência dos antigos cultos de fertilidade e seu foco feminista sobre a sexualidade feminina força a recolhecer o sexo como uma fonte de poder mágico; por outro lado, sua atenção por aparências as fazem as campeãs da monogamia. A convenção perfeita de bruxas é composta de pares dedicados e profundamente comprometidos. Nenhuma orgia crowleana, por favor. Quanto ao Deus e a Deusa, a maioria das Wicca não são claras em relação a se eles devem ser considerados como aspectos masculino e feminino de uma única deidade, ou como duas entidades distintas. Apesar da Wicca Graça ter uma linha afirmando que a Deusa deve ser encontrada dentro de cada um, muitas Wicca a tratam como um ser externo. Começando com Alex Sanders, muitas se depreenderam do Gardnerianismo, formando infindáveis ramificações, quase todas mantendo a ênfase feminina. A Wicca moderna poderia ser chamada a religião do movimento de libertação das mulheres.

As três correntes do ocultismo ocidental descritas acima podem ser consideradas a ortodoxia — da qual a Magia do Caos deriva e contra as quais se rebela. Antes de poder explorar a Magia do Caos inteiramente, devemos parar brevemente para examinar quatro outras tendências que a influenciaram profundamente: o Jungianismo, a Parapsicologia, a Física, e a Filosofia Oriental.

Do trabalho de Carl Jung precisamos dizer pouco, exceto que sua teoria dos arquétipos — imagens universais que simbolizam as experiências humanas e aspectos da mente humana — determinou definitivamente a visão de todos os deuses da Magia do Caos. Apesar de que a maioria dos praticantes do Caos poder considerar a ciência como apenas um outro sistema, não podem ajudar, mas ser influenciado pelas pesquisas parapsicológicas, as quais sugerem que a habilidade psíquica pode ser função da mente humana — tornando possível a idéia de poder mágico sem assistência desencarnada. A física do Quantum, com suas partículas indeterminadas e, na maioria das vezes, teórica, deve encontrar um lugar confortável em seu coração. Mas a filosofia oriental é a sua maior fonte, e não podemos entender sua definição especial do Caos — uma pedra angular de suas idéias — e como difere da tradicional visão Ocidental, sem entender o pensamento Asiático.

Qualquer que sejam suas diferenças superficiais em terminologia e sua semelhança prática, as três grandes correntes da filosofia oriental — Hinduísmo, Budismo e Taoísmo — estão unidas ao proclamar que o Universo é um vasto, um todo mutável, além de todos os conceitos, categorias e definições. O Hindú o chama Brahman, e seu deus, como as teóricas partículas da física quântica, são meramente símbolos de seu aspecto cósmico. Para o Budista , é o Vazio — aquilo além de toda designação e descrição — e seu panteão de Budas e Bodhisattvas são, como os arquétipos jungianos, símbolos de estados psicológicos. O Taoísta simplesmente o chama Tao, o Caminho. Além disso, eles concordam que a natureza íntima do homem — que o hindú chama "Atma", o Budista "Nenhuma Alma", e o Taoísta "Sem Ego" — é identificado com aquele do Universo. Em todas as três religiões conhecer existencialmente estas duas coisas é considerado a Iluminação — liberação das visões e opiniões, todas as quais somente podem ser falsidade, servidão e ilusão.

Aqui reside a diferença entre as definições dos praticantes tradicionais e dos praticantes do Caos sobre aquela temível palavra — Caos. Para os praticantes do Caos, não é a ausência de ordem, mas — para parafrasear Henry Miller — uma ordem além da compreensão. É análogo ao Brahman Hindú, ao Vazio Budista, ao Tao do Taoísta, e ao Wyrd dos antigos anglo-saxões. Está em constante mutação — pode ser experimentado, mas está além de categorização intelectual. A ordem é, na melhor das hipóteses, o aspecto indescritível da realidade que nosso equipamento sensorial nos permite perceber — a abelha vê a flor de modo diferente dos seres humanos. Na pior das hipóteses, a Ordem é simplesmente um padrão ilusório projetado pelos nossos preconceitos. Para asserção de Albert Einstein que Deus não joga dados com o Universo, o praticante do Caos pode responder que o Universo é deus — se alguém tiver que usar tal palavra, que é emocionalmente carregada — e Ele é a única coisa com quem Ele pode sempre jogar. Desde que ele acredita que a realidade é basicamente indescritível, ele renuncia a todos os dogmas, tomando idéias práticas de todos os lugares, combinando-as conforme a situação, abandonando-as quando não mais se ajustam. Num Universo incognoscível nenhuma crença é válida — contudo, toda crença é válida enquanto que o adepto a reconheça como uma ferramenta, uma ilusão necessária, e enquanto ela continua a trabalhar para ele.

O modelo integral da Magia do Caos pode ser facilmente observado com um rápido vislumbre dos pensamentos de um homem que seus praticantes consideram o pai da Magia do Caos — Austin Osman Spare. Outrora membro da Golden Dawn e associado a Crowley, até que uma desavença rompeu a relação deles, Spare incessantemente denunciou a religião, a ciência e Magia Cerimonial. Seus ataques a todos os três eram baseados na mesma premissa: em um Universo que desafia descrição, todos os sistemas de crenças somente podem ser falsos. Desde que o homem é parte do Universo e, portanto, Deus, tudo que a religião pode lhe oferecer são falsos ídolos que o impedem de perceber sua verdadeira divindade. Desde o início Spare viu que a ciência é uma forma de religião, uma tentativa de designar o inominável, um sistema de categorias que rejeita tudo que não pode encerrar. A Magia Cerimonial, ele considerou como uma perda de tempo demasiadamente complicada — perpetrada sobre o ingênuo por charlatões gananciosos — que impede o homem de descobrir sua verdadeira fonte de poder, que está dentro dele mesmo. Spare pregou a necessidade absoluta de simplicidade em todos os trabalhos mágicos e, ao invés de prece e ritual, ele considerava como técnica mágica máxima a criação e meditação sobre o sigilo — um desenho pessoal de letras estilizadas expressando um desejo, ocultando-o, contudo, da mente consciente. Os Sigilos têm tradicionalmente, sido o desenho de talismãs mágicos, mas Spare afirmava que seus poderes não estavam intrínsecos às linhas e figuras do desenho — seus poderes vinham de seus efeitos sobre as camadas mais profundas da mente inconsciente. Portanto, cada uma deveria criar seu próprio desenho, o qual teria de ser suficientemente simples para ser facilmente visualizado e suficientemente complexo para que a mente consciente esqueça seu significado original.

Em seu trabalho sobre sigilização, nós observamos a influência Oriental nas idéias de Spare. Embora o Sigilo deva ser criado sob a influência de um ardente desejo, e deva ser visualizado e meditado enquanto a obsessão persistir, pode não ter efeito mágico até que tenha-se esgotado o desejo, esquecido o significado do Sigilo, e tornando-se completamente indiferente ao desejo e ao símbolo que ele representa. Para Spare, a meditação significa manter o Sigilo na imaginação até que ele gradualmente exclua todos os outros pensamentos e, então desbotar-se da consciência, deixando a mente vazia — o polo oposto para fixar-se a mente sobre um símbolo, avaliando seu significado, repelindo outras idéias, e focando toda sua vontade concentrada em sua realização. Qualquer um que tenha um conhecimento superficial do Tantra Hindú ou Budista reconhecerá isto como a prática do Tantrika, aqueles que realizam idênticas visualizações sobre os Yantras — desenhos geométricos representando forças cósmicas e psicológicas. Os Yantras são os modelos básicos por trás das Mandalas — e considera a satisfação de um desejo como um passo em direção ao desprendimento de todos os desejos.

Como se aquilo não fosse suficiente, o conceito de Universo de Spare parece com as idéias asiáticas reformuladas. O absoluto ele chamou Kia — uma palavra que não tem nenhum significado em nenhuma língua ocidental e assemelha-se à palavra japonesa "Ki", que significa o sopro vital por trás de toda a vida. Percebe o quão de perto as palavras de Spare ecoam naquelas de Lao Tzu. Spare: "De nome, não tem necessidade, para designá-lo, e eu o chamo Kia...o Kia que pode ser expresso em idéias concebíveis não é o Kia eterno". Lao Tzu: "o Tao que pode ser dito não é o Tao...Dele mesmo, não tem nome...por falta de palavra melhor, eu o chamo 'o Tao'". O Kia — que poderia tão facilmente ser chamado Caos — está além de descrição, um todo completo, sem partes divisíveis, um zero inconcebível. Contudo, ele se manifesta em dualidades aparentes — macho e fêmea, luz e escuridão, nascimento e morte. Na fórmula de Spare, do nada vem dois. Mas os pólos de cada dualidade não são absolutos neles mesmos; cada um é como um braço, unidos por um tronco, o qual neste caso não pode ser descrito. As dualidades sempre surgem juntas. Alegria emerge com angústia, fé com dúvida. Portanto, a mente não pode evitar o conflito e a contradição. A solução de Spare não é para escolher entre impulsos opostos, mas observá-los simultaneamente — um estado mental que fixa sua consciência, por exemplo, sobre a aurora e anoitecer, horas crepusculares que não são nem dia nem noite. "Nem-Nem" de imediato lembra o hindú "Neti — Neti", nem isto/nem aquilo, a dialética negação de Nargajuna pelo qual nada pode ser dito para existir ou não existir, a não escolha do eremita taoísta, e a percepção não discriminante do Mestre Zen. Ele também insistir que o ego permanece num estado de auto-amor — que não deve ser confundido com narcisismo — um estado onde é absorvido com felicidade na alegria de sua própria existência e não tem necessidade de exaltar-se continuamente por infindáveis conquistas e aquisições. Como diz os Upanishads: " Permita que o Eu (self) encontre refúgio no Eu (self)".

Durante sua vida, Spare — um artista brilhante, que produziu uma série de notáveis desenhos automáticos — nunca recebeu a atenção que foi dado a seu antigo companheiro, Crowley. Os pequenos comentários que faziam eram em sua maioria ruins. Os críticos de arte odiavam seu trabalho e muitos ocultistas, inclusive Crowley, o consideravam um Mago Negro. Suas idéias — que ele comunicou em pequenos livros, escritos em um estilo exortativo, denunciatório e declamatório reminescentes ao "Assim falava Zarathrusta" — foi apenas recentemente dada a consideração que eles mereciam.

Talvez este seja o mais alto cumprimento para um homem que detestava que aqueles responsáveis pela redescoberta de seu trabalho não o tomam como uma autoridade absoluta. Enquanto que Ray Sherwin, Julian Wilde, e "O Círculo do Caos" possam louvar o trabalho de Spare, o consideram o ponto de partida, uma influência sobre um precursor de suas próprias diligências. Ao contrário dos seguidores de Crowley, eles não transformaram Spare num "Asno Dourado". Os discípulos de Spare — como eles provavelmente odiariam este termo — diferem dele tanto quanto eles diferem de cada um deles. A maior diferença é que os sucessores de Spare, enquanto o criticam, não rejeitam ritual fora de controle.

Antes de nós analisarmos mais detalhadamente como a Magia do Caos difere do Ocultismo Tradicional, seria proveitoso uma breve revisão do trabalho dos praticantes que se tornaram conhecidos na América.

Do "Círculo do Caos", nós podemos dizer muito pouco. São uma coleção eclética de diversos ocultistas que reuniram-se em meados dos anos sessenta — até certo ponto em reação a crescente sectarismo e mercantilismo com o mundo do ocultismo. Criaram um conjunto de rituais tecendo diferentes elementos das tradições de vários de seus membros. Até então, tinham somente publicado um livro, The Rites of Chaos, com direitos em nome de "Paula Pagani". É uma coleção de rituais sazonais, celebrações rimadas dos tradicionais dias festivos da Wicca. Originalmente conhecido como " O Círculo Wyrd", o "Círculo do Caos" é basicamente em estilo da Wicca, se não completamente em substância.

Em seu sentido mais verdadeiro, o mesmo não pode ser dito de Julian Wilde. Ele se considera um Wicca Tântrico Xamânico e é exatamente tão eclético quanto esta designação subentende. Por sua própria conta estudou a Wicca, a Cabala, o Shamanismo, o Zen e o Budismo Tântrico Tibetano, usou o sexo, as drogas e o Rock n'Roll como auxiliares para alcançar o êxtase, e foi influenciado pelos apontamentos de Carlos Castañeda e Michael Moorcook. Seu "Grimoire of Chaos Magick" — uma fragmento de seu Livro das Sombras pessoal que ele tinha publicado como uma coleção de sugestões para almas da mesma opinião — é um livro delgado, ainda que extraordinário. Seu estilo é ainda mais feroz e denunciatório do que o de Spare. Suas invocações são versos livres, cheias de imagens notáveis transmitidas em uma linguagem bárbara, ainda que majestosa — entre suas linhas vislumbra-se um homem que sobreviveu a quase todo tipo de catástrofe pessoal. Como se para provar a sinceridade de compromisso ao ecletismo, seu livro contém ao mesmo tempo um áspero ataque sobre e um ritual de — Aleister Crowley. Wilde é o fundador da Igreja de Ka'atas, uma entidade que não existe no sentido legal e é somente um nome para aqueles que mais ou menos compartilham de sua visão. Ele é verdadeiramente, como descreve-se, um Guerreiro do Caos.

Ray Sherwin é talvez o mais convencional dos praticantes do Caos. Como membro da I.O.T. — uma Loja Inglesa que rompeu com a O.T.O. — é um mago Cerimonialista. Ao contrário de Spare e Wilde, seus livros são escritos em um estilo calmo e analítico, sistematicamente explorando pontos de interesse prático para o mago. Um ponto que merece atenção é que a I.O.T. — ao contrário de outras praticantes do Caos — considera o Caos como o fim de uma dualidade, o outro fim sendo Cosmo/Ordem. Sherwin não parece concordar plenamente com esta visão, mas não a rejeita completamente, tomando uma postura de talvez sim/talvez não.

Após uma visão geral da Magia do Caos, agora iremos examinar detalhadamente como seus praticantes diferem do ocultismo ortodoxo e um do outro. Infelizmente, teremos de limitar a maior parte desta discussão à visão de Spare, Wilde, e Sherwin, já que o "Círculo do Caos" somente publicou rituais sazonais.

A Fonte de poder: O que o mago considera como fonte de seu poder determina o resto de sua prática. Obviamente, o Satanismo acredita que seu poder é um presente de seu mestre, o Diabo. O Cerimonialista acredita que seu poder deriva , por meio de uma série de entidades astrais, em última instância do Senhor das Hostes, o Deus mais elevado — um crowleano dia que somente os seres astrais existem e dão poder. E as adeptas da Wicca colocam sua fé na Deusa, no Deus, e nos elementais. Mas, todos os praticantes do Caos concordam que as energias ainda não descobertas no subconsciente humano são a verdadeira fonte da Magia. Eles compartilham esta visão com a filosofia Oriental, com a parapsicologia e com modernos teóricos da Magia, como Issac Bonewitz.

Os Exercícios Preparatórios: A maioria das tradições mágicas contêm um corpo de exercícios delineados para abrir o noviço às influências mágicas , as quais devem ser dominadas antes de lhe ser permitido prosseguir para o trabalho Ritualísticos. Sem dúvida, o Satanismo considera algumas orgias e umas poucas centenas de libra da erva mais forte que possa comprar, suficiente para a tarefa. Tanto as modernas adeptas da Wicca como os Cerimonialistas concentram-se na projeção astral e na visualização — usualmente sobre os Tattwas e sobre os Arcanos Maiores do Tarot. Spare, por outro lado, coloca toda ênfase sobre a postura da morte — na qual relaxa-se totalmente o corpo e mantém-se a mente o mais vazia possível pelo maior tempo possível, uma prática vantajosa para desenvolver a condição mental de "Nem - Nem". E Wilde criou todo um novo conjunto de exercícios. O mais interessante deles é uma meditação , baseada no Tantra Tibetano, na qual visualiza-se o corpo fundindo-se completamente e então reconstruindo-se do nada, e outra meditação na qual visualiza-se os chakras — centros psíquicos dispostos um sobre o outro na espinha dorsal, um conjunto yogi — como salas modernas conectadas por uma escada espiral. Fiel à forma, Wilde diz que não precisa acreditar na existência literal dos chakras. O aspecto notável de todos estes exercícios é que eles tentam colocar o praticante em contato com o seu eu (self) mais profundo — não com entidades externas ou planos.

A Adivinhação: Usualmente, o próximo passo no treinamento do noviço é o aprendizado dos vários métodos de predizer acontecimentos vindouros. As adeptas da Wicca tendem a concentrar-se no Espelho Mágico, na Bola de Cristal, e ocasionalmente na leitura de padrões das folhas de chá ou coisa semelhante. Tanto os Cerimonialistas como as Wiccas dão grande importância ao Tarot. Modernamente, o I Ching e as Runas tornaram-se popular, e ultimamente a tábua Ouija está sendo redescoberta. Os ocultistas medievais pensavam que os métodos divinatórios eram canais pelos quais os Deuses, Semi-Anjos, e espíritos comunicavam-se com os homens. Mesmo Crowley acreditava que suas operações dependiam das inteligências astrais. Embora ainda haja aqueles que mantém-se fiéis a visão antiga, os praticantes mais modernos consideram os mecanismos de adivinhação como meios de focar a mente consciente, permitindo ao subconsciente apresentar seu conhecimento do futuro. Todo praticante do Caos concorda com a visão moderna. Wilde leva isto um pouco mais além sugerindo que a quiromancia e a astrologia, as quais a maioria dos ocultistas consideram como "ciências" objetivas, também são mecanismos de focalização. Para Wilde — que desenhou sua própria versão dos Arcanos Maiores do Tarot para seu uso particular — a disposição dos planetas num horóscopo ou as linhas na palma da mão provavelmente não tem outro significado senão aquele que ele sugere para as faculdades psíquicas do intérprete.

Iniciação: em todas as tradições ocultas, Ocidental e Oriental , a iniciação é considerada a morte do antigo ser e o simultâneo nascimento da Pessoa Mágica. Geralmente, é então que o poder mágico é conferido — na tradição Oriental, pelo instrutor — ao iniciado durante a cerimônia. Os praticante do Caos têm uma visão mais complexa do processo. Para Spare, a iniciação era quase tanto uma farsa como qualquer outra cerimônia. Sherwin e Wilde concordam que em uma iniciação propriamente dita não significa mais do que a aceitação dentro de um grupo particular de praticantes. Wilde toma a visão Shamanística de que a iniciação real é um produto de uma severa crise pessoal — pego numa situação da qual não há nenhuma via normal, de escape, o indivíduo convoca espontaneamente um poder desconhecido de seu subconsciente. Ao mesmo tempo concorda com a visão de Wilde, Sherwin acredita que é da responsabilidade do grupo de iniciados produzir artificialmente uma crise controlada no iniciado — uma prática empregada pelas antigas escolas de mistério do Egito, da Grécia, e de Roma, e das ordens maçônicas.

Ritual e Cerimônias: Os praticantes tradicionais da Magia entendiam o ritual com uma ação que agradava tanto aos Deuses que eles consentiriam com o pedido do realizador como que uma forma de retransmissão de circuito cósmico em direção a um objetivo específico. Aprender cada detalhe da cerimônia sempre foi considerado de suma importância para o sucesso da operação — um erro significaria um fracasso. A Wicca moderna, entretanto, reconhece que a intenção determina a eficácia do rito mais do que a perfeição de sua forma. A Magia do Caos concorda com a Wicca moderna — e, outra vez, vai um pouco mais além. Wilde e Sherwin consideram o ritual como uma forma de teatro, desenhado para incitar a emoção do realizadora um nível febril e, então, descarregá-lo para fora — uma catarse que deixa o mago drenado da obsessão e coloca sua mente no estado neutro "Nem — Nem" de Spare. Eles acreditam que a Magia não pode realizar seu trabalho enquanto a consciência do mago desejar que a operação tenha resultado. A fim de conseguir o seu desejo, não deve ser por muito tempo seu desejo. Ao contrário das várias tradições Cerimonialistas e de praticantes da Wicca, todos os quais empregam métodos específicos de dispor um círculo, cada um deles afirmando que seu modo é o único correto — Wilde, Sherwin, e o Círculo do Caos aconselham ao praticante de dispor seu Círculo da forma que preferir. Enquanto que os Magos tradicionais de todos os gêneros exigem que os rituais realizados para fins específicos devem ser executados com os incensos , óleos e velas coloridas apropriadas, Wilde sugere a utilização dos incensos mais alucinantes e de velas de cores mais berrantes que se possa encontrar — para todos os rituais. Também sugere a visualização de vários animais como Guardiães do Círculo, ao invés dos tradicionais Senhores dos Elementos. Sherwin sugere tanto a visualização de seres do espaço, trajando as indumentárias apropriadas, ou objetos sexuais nus nas quatro atalaias. Acreditando que a fonte do poder reside no praticante, Wilde sugere que o Mago excite sua ira, ódio, loucura, mágoa e, especialmente, ardor — sugerindo que antes do ritual ou masturbe-se ou seja felado por alguém, parando, antes do orgasmo, poupando a liberação sexual até o ponto mais alto do rito. Ele acredita que preces de súplicas aos deuses deveriam ser compostas espontaneamente no ponto mais alto do ritual. Sherwin, por outro lado, refuta a teoria que os rituais específicos deveriam ser realizados em períodos específicos, ponderando que nem todas as pessoas são notadamente afetadas pelas fases da lua e que as tábuas designando certos dias e horas para certos planetas foram desenhadas antes da descoberta de Netuno, Urano e Plutão e estão, portanto, invalidadas. O melhor momento para realizar um ritual é quando a necessidade e a oportunidade se apresentam.

Os Deuses do Caos: Como os praticantes do Caos consideram seus deuses como projeção de sua própria mente, sua atitude frente a eles é eclética e os Magos ortodoxos diriam — irreverente. O Grimório de Wilde relaciona um potpourri de divindades de uma miscelânea de panteões. Ele diz que os Deuses podem ser adaptados das palavras de escritores tais como Tolkien, e mais além afirma que qualquer Deus que não proporcione um mínimo de utilidade deveriam ser esquecidos. De modo geral, os praticantes do Caos preferem concentrar-se em deidades recém redescobertas ou recém criadas. Dentre as redescobertas algumas favoritas são Baphomet, um deus cornígero andrógino que, no século XII, os Cavaleiros Templários usaram como um símbolo Cabalístico, foi descrito no século XIX por Eliphas Levi, e é considerado por Wilde como a síntese total de todas as forças universais e a personificação do Caos ativo. Outro favorito é Eris, Deusa da Discórdia, uma divindade grega muito esquecida que foi considerada (na "teogenia" de Hesíodo) como sendo a mais selvagem metade feminina de Eros, o Deus do Amor. Para os gregos antigos, Eros e Eris juntos condensavam uma Afrodite andrógena. O Círculo do Caos reverencia a Thataneros — uma divindade criada por Thessalonius Loyola — que representa o princípio freudiano de Sexo e da Morte. Wilde criou K'atas — um velho sábio orientais de olhos verdes, que funciona como um guia calmo através de um temporal caótico. Levando a teoria do Caos ao extremo, pode-se dizer que um herói de revista em quadrinhos como o SuperHomem pode ser o melhor protetor de alguém que possa sentir qualquer afinidade com um deus guerreiro clássico como Marte.

Os Trabalhos Mágicos: Ao contrário de Wilde, que não tinha nada de novo a acrescentar às técnicas da Magia Prática — ele sugere que se compre encantamentos tradicionais e candle-burning books e adapte seus ensinamentos a sua necessidade. As experiências de Sherwin o levaram a algumas inovações interessantes. Como se para enviar um tremor através do corpo de Spare, Sherwin sustenta que os sigilos são melhor visualizados por meio de intensos rituais. Tomando ainda mais além o trabalho de Spare, Sherwin acredita que se poderia extrair certas sílabas das sentenças que foram sigilizadas e então entoá-las como uma espécie de mantra sem sentido enquanto se medita sobre o sigilo.

Como podemos ver, os praticante da Magia do Caos são unidos e distintos uns dos outros pela sua ênfase na experimentação e experiência individual. A Magia do Caos não é um tipo novo ou diferente de Magia. É um conjunto de princípios de trabalho — alguns novos, outros antigos, — os quais o praticante individual pode reintepretar criativamente para adaptá-lo suas próprias necessidades.

Que tipo de efeito tal abordagem personalizada terá sobre o ocultismo americano é difícil de dizer. Quem pode prever o Caos? Pode muito bem encantar o individualismo americano. Pode comprovar uma ponte útil entre o Ocultismo Oriental e Ocidental — uma ligação que no passado foi sabotada pela procura do bajulador homem branco liberal pelo selvagem exótico — a atávica incapacidade do homem branco conservador em aceitar a sabedoria de qualquer um que não se pareça com ele ou possua sua tecnologia, e o complexo de inferioridade que leva os professores asiáticos a tratar os Ocidentais como ricos atrasados. Na pior das hipóteses pode comprovar somente outro slogan expelido pelos mentecaptos Mohawks que, sendo tão estúpidos para ver o verdadeiro Caos na ordem do dia a dia, invoca o Caos ao quebrar as garrafas de cerveja na calçada e vomitando na entrada das outras pessoas. Até mesmo a possibilidade ameaçadora é tolerável, contudo, se a Magia do Caos silenciará às declamações dos maxi Wicca matriarcais, finaliza a necessidade de autenticar as tradições antigas que foram criadas dois dias depois por bruxas com mentalidade étnica, e põe fim ao incessante debate alimentado por facções ocultistas rivais sobre quantos planos a realidade possue e qual é o verdadeiro esquema de cor com que a magia deve trabalhar — todos os quais atualmente dominam o ocultismo Americano. Se a Magia do Caos pode parar os Cerimonialistas americanos de lamber os pés de suas estátuas de Aleister Crowley...mas, talvez algumas coisas são demais para de desejar.

Não importa. Qualquer coisa que possa advir, os Ingleses estão nos invadindo de novo.

Agora seu estandarte diz:
O Caos Domina